Espanha e França no topo do desemprego
São 6,2 milhões de espanhóis e 3,19 milhões de franceses sem trabalho; crescimento da economia no Reino Unido foi a notícia boa do dia
Duas das maiores potências econômicas da Europa registraram ontem recordes
históricos de desemprego. Na Espanha, 6,2 milhões de pessoas estão sem trabalho,
o equivalente a 27,16% da população ativa, o pior nível desde o início da série
estatística no país. Na França, 3,19 milhões - ou 10,2% da população ativa -
estão desempregadas, o maior nível desde 1997.
Em meio a tantas más notícias na Europa, houve uma positiva: o Reino Unido escapou de nova recessão e cresceu 0,3% no primeiro trimestre.
As estatísticas nacionais vêm sendo divulgadas desde ontem em todo o continente. Até aqui, a que mais chocou foi o nível de desemprego na Espanha, que volta a ter o índice mais elevado da Europa, ao lado da Grécia, com 27,2% da população ativa fora do mercado de trabalho. O índice é o maior de todo o mundo industrializado. Em termos regionais, o recorde negativo continua a ser da Andaluzia, região agrícola do sul do país onde o desemprego chega a 36,87% da população ativa. Por outro lado, a situação é menos grave no País Basco, onde o índice é bem inferior: 16,28%.
Como de praxe, a situação é mais dramática para os mais jovens. Na Espanha, 57,22% dos adolescentes e adultos com idade entre 16 e 24 anos não têm trabalho, nível 2% pior do que o registrado no fim de 2012.
'Decrescimento'. O desemprego de jovens é uma das causas apontadas por demógrafos para uma nova realidade no país: o decrescimento populacional. Na segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística da Espanha informou que o total de habitantes do país caiu 260 mil em 2012. "O número de imigrantes aumentou entre 2000 e 2009, mas com a crise a tendência se inverteu", explicou à Rádio Nacional, o demógrafo do Centro de Estudos Demográficos de Barcelona, Albert Esteves.
Muito menos grave, mas ainda assim preocupante, é a situação da França. Em março, o número de pessoas procurando emprego aumentou pelo 23.º mês seguido e chegou ao mais elevado nível desde o início da série estatística atual, em 1997, segundo o Ministério do Trabalho. Com mais 36,9 mil desempregados , o recorde foi batido. Considerando também trabalhadores em atividade reduzida e territórios além-mar, o número de franceses em situação precária aumenta para 5 milhões.
Segundo o economista Marion Cochard, analista do Escritório Francês de Conjuntura Econômica, a situação só não é pior porque algumas medidas de estímulo ao mercado de trabalho tomadas pelo governo para compensar a austeridade fiscal estão surtindo efeito. "Sem essas políticas, a alta seria de 300 mil desempregados por ano, enquanto devemos estar com 200 mil", estima Cochard.
A boa surpresa veio do outro lado do Canal da Mancha. Contrariando as estimativas, o Reino Unido escapou de sua terceira recessão técnica desde 2008 ao registrar crescimento de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2013. Satisfeito, o secretário do Tesouro britânico, George Osborne, demonstrou otimismo. "Os números representam um sinal encorajador de que a economia está se curando."
Em meio a tantas más notícias na Europa, houve uma positiva: o Reino Unido escapou de nova recessão e cresceu 0,3% no primeiro trimestre.
As estatísticas nacionais vêm sendo divulgadas desde ontem em todo o continente. Até aqui, a que mais chocou foi o nível de desemprego na Espanha, que volta a ter o índice mais elevado da Europa, ao lado da Grécia, com 27,2% da população ativa fora do mercado de trabalho. O índice é o maior de todo o mundo industrializado. Em termos regionais, o recorde negativo continua a ser da Andaluzia, região agrícola do sul do país onde o desemprego chega a 36,87% da população ativa. Por outro lado, a situação é menos grave no País Basco, onde o índice é bem inferior: 16,28%.
Como de praxe, a situação é mais dramática para os mais jovens. Na Espanha, 57,22% dos adolescentes e adultos com idade entre 16 e 24 anos não têm trabalho, nível 2% pior do que o registrado no fim de 2012.
'Decrescimento'. O desemprego de jovens é uma das causas apontadas por demógrafos para uma nova realidade no país: o decrescimento populacional. Na segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística da Espanha informou que o total de habitantes do país caiu 260 mil em 2012. "O número de imigrantes aumentou entre 2000 e 2009, mas com a crise a tendência se inverteu", explicou à Rádio Nacional, o demógrafo do Centro de Estudos Demográficos de Barcelona, Albert Esteves.
Muito menos grave, mas ainda assim preocupante, é a situação da França. Em março, o número de pessoas procurando emprego aumentou pelo 23.º mês seguido e chegou ao mais elevado nível desde o início da série estatística atual, em 1997, segundo o Ministério do Trabalho. Com mais 36,9 mil desempregados , o recorde foi batido. Considerando também trabalhadores em atividade reduzida e territórios além-mar, o número de franceses em situação precária aumenta para 5 milhões.
Segundo o economista Marion Cochard, analista do Escritório Francês de Conjuntura Econômica, a situação só não é pior porque algumas medidas de estímulo ao mercado de trabalho tomadas pelo governo para compensar a austeridade fiscal estão surtindo efeito. "Sem essas políticas, a alta seria de 300 mil desempregados por ano, enquanto devemos estar com 200 mil", estima Cochard.
A boa surpresa veio do outro lado do Canal da Mancha. Contrariando as estimativas, o Reino Unido escapou de sua terceira recessão técnica desde 2008 ao registrar crescimento de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2013. Satisfeito, o secretário do Tesouro britânico, George Osborne, demonstrou otimismo. "Os números representam um sinal encorajador de que a economia está se curando."
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