Feridos no atentado em Boston enfrentam recuperação complicada
De acordo com o cirurgião de trauma no Hospital Geral de Massachusetts, David King, muitos dos que tiveram os membros preservados, precisaram ser submetidos a até seis operações para descontaminar os ferimentos. “A ideia é dividir o estresse fisiológico ao longo de múltiplas cirurgias”, explica. Alguns dos feridos também precisaram operar para reparar ossos, veias e nervos. E ainda vão precisar de muita terapia física e psicológica. Há pacientes otimistas, mas outros também têm raiva, ansiedade e depressão. Controlar a dor é um desafio constante. Para aqueles que perderam membros, a chamada dor fantasma - que é sentida como se viesse de uma parte do corpo que já não está mais lá - pode ser particularmente difícil de tratar.
Joan Smith, chefe do serviço social no centro médico Tufts, disse que as catorze vítimas que foram levadas ao hospital sofreram com estresse pós-traumático. “Eu trabalhei com vários familiares que estavam tentando se mostrar fortes para seus filhos, mas ao mesmo tempo, estavam destroçados a portas fechadas”.
Entre os que ainda estão hospitalizados, Heather Abbott, gerente de recursos humanos de 38 anos, está se readaptando a uma nova vida. Seu pé esquerdo foi inicialmente salvo pelos médicos, mas pouco depois ela escolheu ter a perna amputada pouco abaixo do joelho, depois que os especialistas disseram que sua vida seria mais difícil com o pé do que sem ele. “Eu andei talvez 3 metros hoje, com um andador, e todo mundo ficou muito orgulhoso de mim. Então pensei, ‘Ó Deus, vai ser um longo caminho’”, disse Heather.
Ryan McMahon, de 33 anos, fraturou as costas e quebrou os dois pulsos quando caiu das arquibancadas na linha de chegada da maratona, no momento de pânico depois das explosões. Agora, ela está começando uma longa recuperação na casa de sua avó em Newton, Massachusetts, e luta contra a ansiedade. "Estava muito nervosa com essa transição, a volta para casa. Sentia que era um ambiente seguro, mas olhava ao redor como se fosse mais um lugar diferente", disse McMahon, que também terá que se submeter a um tratamento psicológico.
Um vídeo publicado em uma página criada para arrecadar fundos para uma das vítimas mostra Celeste Corcoran, de 47 anos, que teve as duas pernas amputadas abaixo do joelho, em um encontro com o sargento Gabe Martinez, marinheiro que perdeu as duas pernas e que usa próteses para caminhar. “Eu não posso fazer nada agora”, disse Celeste, com lágrimas nos olhos. O sargento a encorajou: “Agora, não. Mas digo a você com todo meu coração, você vai ser mais independente do que jamais foi”.
Dançarina - Esta semana também foi divulgada pela imprensa americana a história da dançarina Adrianne Haslet, de 32 anos, que estava com o marido entre os corredores que se aproximavam da linha de chegada da maratona quando a primeira bomba explodiu. "A gente foi jogado para trás e senti o impacto da explosão no meu peito. Caímos no chão e eu disse: acho que tem algo errado com os meus pés. Olhei pra baixo e vi sangue por toda parte", lembra. "Os bombeiros disseram que eu tinha que ir logo para o hospital e só gritava: sou dançarina, por favor, salvem o meu pé", conta. Ela teve o pé amputado, mas está otimista. "Vou voltar a dançar e correr a maratona de novo no ano que vem. Não quero pensar que esse é o fim.”
Quase duas semanas após tragédia, muitas das vítimas ainda têm ferimentos complexos que causam uma dor intensa e que podem exigir várias cirurgias
Boston homenageia vítimas de
atentado - Robert F. Bukaty/AP
Quase duas semanas após o atentado em
Boston, que matou três pessoas e feriu mais de 200, muitas vítimas
ainda sofrem com ferimentos complexos que causam dor intensa e exigem uma série
de cirurgias. Trinta e uma pessoas ainda permaneciam internadas em centros de
trauma na quinta-feira, incluindo alguns que perderam as pernas ou os pés. Pelo
menos dezesseis desses feridos, com idade entre 7 e 71 anos, sofreram
amputações. A contagem foi feita pela reportagem do jornal The New York
Times.
De acordo com o cirurgião de trauma no Hospital Geral de Massachusetts, David King, muitos dos que tiveram os membros preservados, precisaram ser submetidos a até seis operações para descontaminar os ferimentos. “A ideia é dividir o estresse fisiológico ao longo de múltiplas cirurgias”, explica. Alguns dos feridos também precisaram operar para reparar ossos, veias e nervos. E ainda vão precisar de muita terapia física e psicológica. Há pacientes otimistas, mas outros também têm raiva, ansiedade e depressão. Controlar a dor é um desafio constante. Para aqueles que perderam membros, a chamada dor fantasma - que é sentida como se viesse de uma parte do corpo que já não está mais lá - pode ser particularmente difícil de tratar.
Joan Smith, chefe do serviço social no centro médico Tufts, disse que as catorze vítimas que foram levadas ao hospital sofreram com estresse pós-traumático. “Eu trabalhei com vários familiares que estavam tentando se mostrar fortes para seus filhos, mas ao mesmo tempo, estavam destroçados a portas fechadas”.
Entre os que ainda estão hospitalizados, Heather Abbott, gerente de recursos humanos de 38 anos, está se readaptando a uma nova vida. Seu pé esquerdo foi inicialmente salvo pelos médicos, mas pouco depois ela escolheu ter a perna amputada pouco abaixo do joelho, depois que os especialistas disseram que sua vida seria mais difícil com o pé do que sem ele. “Eu andei talvez 3 metros hoje, com um andador, e todo mundo ficou muito orgulhoso de mim. Então pensei, ‘Ó Deus, vai ser um longo caminho’”, disse Heather.
Ryan McMahon, de 33 anos, fraturou as costas e quebrou os dois pulsos quando caiu das arquibancadas na linha de chegada da maratona, no momento de pânico depois das explosões. Agora, ela está começando uma longa recuperação na casa de sua avó em Newton, Massachusetts, e luta contra a ansiedade. "Estava muito nervosa com essa transição, a volta para casa. Sentia que era um ambiente seguro, mas olhava ao redor como se fosse mais um lugar diferente", disse McMahon, que também terá que se submeter a um tratamento psicológico.
Um vídeo publicado em uma página criada para arrecadar fundos para uma das vítimas mostra Celeste Corcoran, de 47 anos, que teve as duas pernas amputadas abaixo do joelho, em um encontro com o sargento Gabe Martinez, marinheiro que perdeu as duas pernas e que usa próteses para caminhar. “Eu não posso fazer nada agora”, disse Celeste, com lágrimas nos olhos. O sargento a encorajou: “Agora, não. Mas digo a você com todo meu coração, você vai ser mais independente do que jamais foi”.
Dançarina - Esta semana também foi divulgada pela imprensa americana a história da dançarina Adrianne Haslet, de 32 anos, que estava com o marido entre os corredores que se aproximavam da linha de chegada da maratona quando a primeira bomba explodiu. "A gente foi jogado para trás e senti o impacto da explosão no meu peito. Caímos no chão e eu disse: acho que tem algo errado com os meus pés. Olhei pra baixo e vi sangue por toda parte", lembra. "Os bombeiros disseram que eu tinha que ir logo para o hospital e só gritava: sou dançarina, por favor, salvem o meu pé", conta. Ela teve o pé amputado, mas está otimista. "Vou voltar a dançar e correr a maratona de novo no ano que vem. Não quero pensar que esse é o fim.”
Teorias da conspiração sobre o atentado em Boston
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