Pular para o conteúdo principal

O Brasil não quer mais o PT e voltará às ruas se necessário; até a cambada sair

O terrorismo do governo e seus sequazes foi inútil e só multiplicou a adesão aos atos. Nota da presidente tem seu caráter ridículo: é democracia ou é golpe, minha senhora?

Por: Reinaldo Azevedo
A presidente Dilma Rousseff e os petistas apostaram no insucesso — lá à moda deles — da manifestação deste dia 13 e quebraram a cara. Vejam vocês! Sempre considerei um cretinismo, e considero ainda, que a manifestação da hora tenha de ser superior à anterior e menor do que a próxima.
Isso corresponde a querer transformar um movimento em adversário de si mesmo. Agride a lógica. O necessário é que seja expressivo. Ou será que, caso haja outro protesto, ele só terá importância se botar na rua mais de 3,5 milhões? Isso é uma bobagem em si.
A escolha do erro, no entanto, costuma trazer maus resultados até para quem decide ser o seu beneficiário. O governo e setores da imprensa resolveram criar esse critério idiota, saído do nada. Assim, ainda na noite de sábado, alimentava-se no petismo a esperança de que os protestos deste domingo não superariam os do dia 15 de março do ano passado. E, assim, o Palácio e seus súditos sairiam por aí a afirmar que o tema do impeachment já estaria superado.
Publicidade
Aqui vou abusar de um jargão: o tiro saiu pela culatra. Se um evento menor do que o maior já havido evidenciaria a morte do impeachment, o que significará então quando ele não é apenas maior, mas o dobro? Mesmo os números do Datafolha, com os quais muita gente não se conforma, apontam 500 mil na Paulista neste domingo — naquele março de 2015, teriam sido 210 mil. Ferramenta utilizada pelo Movimento Brasil Livre, que registra IPs de telefones celulares, aponta 1,4 milhão de pessoas, mesmo número estimado pela Polícia Militar.
O governo ficou perplexo e emitiu uma nota. Leiam:
“A liberdade de manifestação é própria das democracias e por todos deve ser respeitada. O caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe garantir o respeito às suas leis e às instituições”.
É mesmo?
O caráter pacífico de agora repetiu o padrão das três manifestações do ano passado. Insisto nesse aspecto porque ele é subestimado — quando não é malvisto — pela imprensa: os que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff são pessoas pacíficas, que estudam, que trabalham, que têm família, que respeitam as regras da civilidade, que têm apreço pelas leis democráticas, que compreendem o alcance do estado de direito, que zelam pelo patrimônio público e privado, que entendem os limites do outro, que respeitam as regras da civilidade e da cordialidade.
Assim, soou ridícula, apontei isto aqui, a conversa mole da presidente, ainda no sábado, afirmando que esperava que não houvesse violência nas manifestações. Ora, violência de quem, cara- pálida? Quem poderia promovê-la? As pessoas decentes que estavam nas ruas? Certamente não! Os únicos que poderiam querer confusão eram os petralhas, a serviço do Planalto.
Vamos ser claros? Ao vir com aquela ladainha, parece-me evidente que a quase-mandatária, que foi golpeada por Lula, esperava assustar a opinião pública. Mas ninguém caiu no truque. Como não lembrar aqui a entrevista terrorista concedida por Gilberto Carvalho à Folha, afirmando que temia que houvesse conflitos neste domingo, acenando com o risco de venezuelização do Brasil?
Ah, este senhor é aquele que confessou, também em entrevista, que, em 2013, fez várias reuniões com os black blocs, os marginais mascarados que, felizmente, não ousam dar as caras nos protestos pró-impeachment. Mas fiquem certos: eles comparecerão às manifestações das esquerdas no dia 18. Eles gostam de bandidos e lidam com eles. São seus aliados objetivos.
Volto à notaMas volto à nota da presidente Dilma. Ela tem de se decidir se o que se deu neste domingo foi uma manifestação legítima, organizada segundo os valores democráticos, ou foi uma manifestação golpista, não é mesmo? Ou não foi ela quem saiu por aí vociferando que impeachment é golpe?
Dilma, nos estertores do seu mandato, paga o preço de todos os erros. A população está, sim, indignada com a roubalheira e se espanta com o lixão em que se transformou a administração pública. Isso é suficiente para ir às ruas. Mas a indignação também é dirigida contra a arrogância do PT, que, embora minoria hoje em dia, insiste em deslegitimar o adversário. E o adversário do PT, hoje, é o povo brasileiro.
Ou não vimos João Pedro Stedile, o burguês do capital alheio, chefão do MST, a dizer a seus militantes que, neste domingo, os fascistas sairiam às ruas — hipótese, então, em que haveria ao menos 3,5 milhões de fascistas no país?
Nada funcionou. As ameaças terroristas foram inúteis. Ao contrário: quando os petistas decidiram convocar contramanifestações para este dia 13, apostando que haveria um recuo daqueles que chamam “coxinhas”, os anúncios de adesão ao protesto se multiplicaram exponencialmente. Esses caras, para o bem do Brasil, e isto conduzirá à queda da presidente Dilma, perderam o eixo.
Afirmei na madrugada deste domingo que o Brasil renunciaria a Dilma já que Dilma insiste em não renunciar ao governo do Brasil, o que encurtaria o sofrimento de todo mundo.
E foi o que se viu neste domingo. O Brasil não quer mais o PT no poder. E voltará às ruas quantas vezes for necessário fazê-lo para que triunfe a lei e para que essa cambada nos deixe em paz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...