China promete acabar com monopólio de estatais e abrir indústrias de petróleo telecomunicações a investidores
Com protestos e crescentes dúvidas sobre a capacidade de Pequim de promover uma ambiciosa transição de um modelo econômico desgastado para outro baseado no consumo doméstico, o governo planeja uma ampla reforma que requer o fim da dominância de empresas estatais em diversos segmentos.
Em discurso para de 3 mil delegados no Congresso Nacional do Povo, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, se comprometeu a abrir os setores de energia elétrica, telecomunicações, transporte, petróleo, gás natural e serviços públicos à concorrência privada. Ele não revelou, contudo, se a abertura se estende a companhias estrangeiras.
Li disse que as empresas privadas receberão o mesmo tratamento que as estatais na aprovação de projetos, financiamentos e políticas fiscais. "Nós temos que aprofundar a reforma", afirmou o premiê chinês, acrescentando que o mercado desempenhará um "papel decisivo".
Sem entrar em detalhes, o primeiro-ministro chinês prometeu ainda uma regulação "mais justa, transparente e previsível" para atrair investimentos estrangeiros. Alguns grupos vinham se queixando que reguladores chineses impediam o acesso a setores promissores da economia.
Li alertou que a China enfrenta "problemas novos e mais difíceis", incluindo a fraca demanda por exportações. A expectativa é de que o enfraqueça o yuan para estimular as vendas ao exterior. O país vem tentando substituir o desgastado modelo econômico baseado em comércio e investimentos por um crescimento mais sustentado pelo consumo interno.
"A China estabeleceu uma base sólida e sua economia é enormemente resistente", disse o premiê. "Desde que trabalhemos juntos para superar todas as dificuldades, nós definitivamente alcançaremos as metas para desenvolvimento social e econômico em 2016".
Conforme Li, Pequim irá se "opor a atividades separatistas" em Taiwan, que a China alega fazer parte de seu território. Ele não anunciou novas iniciativas desde a recente eleição do presidente taiwanês Tsai Ying-wen, que assume o cargo em maio.
Relatório orçamentário divulgado separadamente neste sábado confirmou que os gastos militares deverão subir 7,6% em 2016, para 954 bilhões de yuans (US$ 146,5 bilhões). A previsão surge num momento em que os chineses disputam com os seus vizinhos ilhas no sul do Mar da China. Se confirmados os gastos, o país asiático será o segundo que mais gasta com defesa no mundo, ficando atrás só dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro prometeu, ainda, mais medidas para minimizar a poluição do ar, da água e do solo, bem como mais investimentos em pesquisa científica e industrial para desenvolvimento de tecnologias e geração de empregos com melhor remuneração. Fonte: Associated Press.
Com Estadão Conteúdo
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