Pular para o conteúdo principal

'Não poderia ser de um desconhecido', diz Okamotto sobre cobertura usada por Lula

Desde 2003. ex-presidente aluga a cobertura que fica em frente à sua, e que pertence a um primo do pecuarista José Carlos Bumlai

O CARA - Presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto funcionava como elo entre Marcos Valério e o PT
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto(Folhapress/)
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, tentou minimizar, na manhã desta segunda-feira, o fato de o ex-presidente Lula alugar o apartamento vizinho a sua cobertura e que está em nome de um primo do pecuarista José Carlos Bumlai. Okamotto reafirmou que o imóvel era e continua sendo alugado desde a época em que o petista estava no governo e disse que o dono do imóvel não poderia ser uma pessoa desconhecida.
"Aquele prédio de São Bernardo foi alugado e o aluguel continua, em vez de estar alugado pelo governo, agora está alugado pelo presidente" afirmou. "Ali precisava ser de alguma pessoa que comprasse aquilo e não tivesse interesse de usar. Todo mundo que comprasse aquilo saberia que aquilo ali sai de frente para o apartamento [de Lula]. Você ser vizinho de um político sempre tem transtorno, então a pessoa que vai comprar não pode ser uma pessoa desconhecida", prosseguiu.
Leia mais:
Lula afirmou que só sairia de casa algemado, diz PF
Na cobertura do edifício Hill House, em São Bernardo, o apartamento número 121 fica em frente à residência do petista, de número 122. O aposentado Glaucos Costamarques, primo de Bumlai, é o dono do imóvel. O petista usa a cobertura desde o primeiro ano de seu governo, em 2003. Até 2007 o PT pagava pela despesa. No segundo mandato, o governo assumiu os custos, sob a justificativa de que era necessário para garantir a segurança do então presidente.
Glaucos negou que a compra do imóvel tenha sido um pedido de Bumlai. O pecuarista foi preso na Lava Jato, suspeito de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. O imóvel também foi alvo de busca e apreensão da 24ª fase da Lava Jato, deflagrada na sexta-feira e que teve como principal alvo o ex-presidente, que foi levado para depor à Polícia Federal em Congonhas. Okamotto também foi levado a depor coercitivamente e, segundo a PF, é suspeito de viabilizar a lavagem de 1,292 milhões de reais de pagamentos da empreiteira OAS para o ex-presidente Lula.
Questionado sobre as suspeitas que o envolvem, Okamotto desconversou. "Lavagem de quê?", questionou. Ele relatou que, na sexta-feira, a PF o questionou sobre o funcionamento do instituto, a realização das palestras do ex-presidente e a arrecadação. "Perguntaram como funciona o instituto, expliquei a finalidade de preservar o legado do presidente, o trabalho do presidente na América Latina e na África. Perguntaram como é a arrecadação, quem fazia os contatos com a arrecadação, expliquei que era eu. Perguntaram sobre as palestras, essas coisas."
Okamotto disse que, além de demonstrar com provas à Justiça que não há irregularidades nas atividades do instituto e do ex-presidente Lula, é importante a comunicação com a população. "Temos também que dialogar com a população, com o povo brasileiro. Vamos explicar como são feitas as palestras, em que países aconteceram. Vamos explicar o que se faz com os recursos do instituto Lula, para desmistificar. De uma certa forma o presidente Lula foi muito humilhado, a família dele humilhada. Ao longo desses anos todos, as pessoas vêm falando que ele é o homem mais rico do Brasil, outras pessoas falam que ele é dono da Telemar, dono da Oi, da Friboi, tem fazendas, helicóptero, ilha, há uma cultura de que o Lula, sua família, seu entorno... Precisamos dialogar com a sociedade brasileira, explicar essa situação porque isso não vai levar a lugar nenhum", disse.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular