Lula afirma que não precisa de cargo de ministro, diz Renan
A versão Lula-ministro é estimulada pelo PT e encarada como uma forma instantânea de garantir foro ao ex-presidente, que é investigado na Operação Lava Jato
"Ele fez questão de dizer que não teve convite [para ser ministro] e que não cogita. Ele disse que para ajudar o Brasil não precisa ter cargo para exercer ou ocupar cargo de ministro. Ele pode fazer de qualquer maneira", afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que reuniu senadores aliados e o próprio Lula em um café da manhã em Brasília.
No encontro, segundo o relato dos presentes, Lula ouviu apelos para que substituísse Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda ou que encampasse a articulação direta do Palácio do Planalto com o Congresso, onde a base governista está esfacelada e tem dificuldades em aprovar projetos de interesse do Executivo. A versão Lula-ministro é estimulada pelo PT e encarada como uma forma instantânea de garantir foro ao ex-presidente, que é investigado na Operação Lava Jato por suspeitas de ter recebido vantagens indevidas de empreiteiras enroladas com o petrolão.
Para tirar Lula das mãos de Moro, PT pressiona ex-presidente a assumir ministério
Deputado diz que assinatura não é falsa e emenda: 'Tomo remédio tarja preta'
Aos senadores, Lula voltou a reclamar da Operação Lava Jato e mais uma vez se colocou como vítima e alvo de "perseguição" do Ministério Público e da Polícia Federal. De acordo com relato do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), o ex-presidente afirmou que sua condução coercitiva, determinada pelo juiz Sergio Moro na 24ª fase da Lava Jato, era "ilegal". "Ele disse que é perseguição aquela condução coercitiva ilegal, aquilo foi uma prisão ilegal", disse Farias, ele próprio investigado na Lava Jato e um dos senadores que mais tem criticado as medidas de investigação contra o ex-presidente.
"Ele está indignado com a atitude tomada [de levá-lo para depor]. Quando qualquer um é convidado a fazer um depoimento e nega, aí sim você é levado coercitivamente, mas isso não aconteceu. Por isso a indignação do ex-presidente", completou o senador Hélio José (PMB-DF).
Comentários
Postar um comentário