Conselho de Ética quer que Ministério Público investigue fraude de assinatura
Carta de renúncia ao Conselho de Ética do deputado está sob suspeita de ter sido falsificada, para tentar evitar o processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
Na sessão desta quarta-feira, deputados contrários a Cunha se insurgiram contra Gurgel e afirmaram que, se a fraude for constatada, o deputado cometeu o crime de falsificação de documento público, que tem pena prevista no Código Penal de dois a seis anos de reclusão, além de multa. Os parlamentares estudam ingressar com ação na Procuradoria-Geral da República pedindo a investigação do episódio.
Deputado diz que assinatura não é falsa e emenda: 'Tomo remédio tarja preta'
Deputados sustentam ainda que Gurgel pode passar da função de membro do Conselho de Ética para a de investigado. Eles planejam ingressar com uma representação por quebra de decoro, que pode levá-lo à cassação.
Há ainda a proposta de fazer uma sindicância para ouvir os técnicos que atestaram a assinatura de Gurgel, descobrir quem entregou o documento à direção do colegiado e quem teria de fato firmado o nome do parlamentar no documento. A aplicação dessas medidas, no entanto, é um pouco mais difícil, já que deveria passar pelo crivo do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que tem se rejeitado a colaborar com o Conselho de Ética. A cúpula da Casa negou, por exemplo, a concessão de funcionários da área jurídica para a elaboração de ação contra Cunha no Supremo Tribunal Federal.
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