PF inicia a 26ª fase da Lava Jato e desdobra a operação Acarajé
- Polícia Federal deixa hotel em Brasília onde ocorreu parte da operação Xepa
O principal alvo dessa nova fase é a empreiteira Odebrecht, suspeita de realizar pagamento de vantagens indevidas a pessoas com vínculos com o poder público em todas as esferas, segundo informou a PF.
Segundo a PF, "há indícios concretos" de que a Odebrecht utilizou operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para fazer os pagamentos ilegais.
A operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT João Santana por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior (leia mais abaixo).
Segundo informações oficiais, cerca de 380 Policiais Federais cumprem 110 ordens judiciais em 8 Estados e mais o Distrito Federal, onde policiais foram até um hotel de luxo. No total, estão sendo cumpridos, segundo o Paraná Portal, 67 mandados de busca e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandados de prisão temporária e quatro mandados de prisão preventiva.
Segundo a rádio CBN, nenhum dos mandados de prisão é contra políticos, mas pretende "analisar parte do material apreendido na investigação" contra a Odebrecht.
A nova fase acontece apenas um dia após a 25ª, quando foi preso preventivamente, em Lisboa, Raul Schmidt Felippe Junior.
Segundo a Procuradoria, Felippe Junior é investigado pelo pagamento de propinas aos ex-diretores da estatal petrolífera Renato de Souza Duque (Serviços), Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada (ambos da área Internacional). Os três estão presos em Curitiba, base da Lava Jato, pela participação no esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa instalado na Petrobras.
Em nota, o Ministério Público Federal informou que Felippe Junior estava foragido desde julho de 2015, quando foi expedida a ordem de prisão. Seu nome havia sido incluído no alerta de difusão da Interpol em outubro do ano passado.
Mais sobre a 23ª
A 23ª Operação, batizada de Acarajé, foi deflagrada no último dia 22 de fevereiro. e apreendeu uma série de bens de suspeitos de crimes de corrupção em negócios com a Petrobras.
No Rio de Janeiro, onde a Polícia Federal cumpriu 14 mandados de busca e apreensão (dez no Rio, dois em Mangaratiba e dois em Petrópolis) e um de prisão preventiva, foram recolhidos veículos de luxo e de colecionador e uma lancha. Os bens são do empresário Zwi Skornicki, preso preventivamente na manhã desta segunda em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, acusado de pagamento de propinas em negócios com a Petrobras.
Em São Paulo, onde 16 mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária foram cumpridos (em São Paulo, Campinas e Poá), a PF recolheu também mais de R$ 300 mil reais em moeda nacional e estrangeira.
Na Bahia, a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão (cinco em Salvador e dois em Camaçari) e foi feita uma condução coercitiva.
Da lista dos bens recolhidos nesta segunda também fazem parte obras de arte, entre elas, telas dos brasileiros Calasans Neto e Romanelli.
Segundo o balanço da 23ª fase da Operação Lava Jato divulgado na tarde desta segunda pela PF em Curitiba (PR), um mandado de prisão preventiva e quatro de prisão temporária não puderam ser cumpridos em razão de os investigados não terem sido localizados.
Entre as prisões temporárias que não foram realizadas, estão a do publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e de Dilma Rousseff (2010 e 2014), e da mulher dele, Mônica Moura. Eles estavam em viagem de trabalho na República Dominicana.
Veja outros bens apreendidos no dia 22 de fevereiro:
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