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Lava Jato prende suspeito de lavar dinheiro para Odebrecht

Nelson Martins Ribeiro teria repassado dinheiro da empreiteira para Paulo Roberto Costa. Três empresas vinculadas a ele depositaram mais de 5 milhões de dólares para o ex-diretor da Petrobras

A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão durante operação no escritório da Construtora Odebrecht, na Zona Oeste de São Paulo, nesta sexta-feira (19)
Escritório da Odebrecht em São Paulo(Reuters)
Entre os presos na 20ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira pela Polícia Federal, está Nelson Martins Ribeiro, classificado pelo juiz federal Sérgio Moro como um "profissional na lavagem de dinheiro". Ele é apontado como mais um operador no esquema de corrupção da Petrobras, responsável por intermediar o pagamento de propinas entre empreiteiras e dirigentes da estatal. O Ministério Público aponta indícios de que Ribeiro agiu em favor do grupo Odebrecht.
Segundo os procuradores, o operador recebia dinheiro da Odebrecht e, poucos dias depois, repassava os valores para o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. "Tais operações inserem-se, em suma, em uma das diversas camadas dos delitos de lavagens de ativos praticados pelo grupo Odebrecht, por seus operadores financeiros, no intuito de dissimular a origem e a destinação de recursos auferidos ilicitamente em contratos públicos. No presente caso fica bastante claro que Nelson Martins Ribeiro participou de lavagem de recursos que em parte foram ao final aportados, segundo até o presente momento já é possível concluir, em contas do então Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa", diz o Ministério Público.
Conforme as investigações, três empresas vinculadas a Ribeiro repassaram mais de 5 milhões de dólares para Costa, que firmou acordo de delação premiada e confirmou o funcionamento de um megaesquema de corrupção na petrolífera brasileira. As transferências foram constatadas em documentos encaminhados por autoridades das Ilhas Cayman, um conhecido paraíso fiscal.
As investigações verificaram mais de trinta ligações entre Ribeiro e Bernardo Freiburghaus, apontado como o operador das propinas negociadas pela Odebrecht. Ao pedir a prisão temporária de Nelson Ribeiro, a Procuradoria afirma que o operador "desenvolveu diversos atos de lavagem transnacional de ativos em favor do Grupo Odebrecht por intermédio da realização de transações financeiras ilícitas no exterior a partir de contas sediadas nas Ilhas Cayman".
Nesta segunda-feira, o juiz Sergio Moro determinou o bloqueio de 20 milhões de reais em uma das contas de Ribeiro e do mesmo valor de conta ligada a uma casa de câmbio da qual o operador é proprietário.

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