Em votação aberta, Senado decide manter líder de Dilma na cadeia
Rifado pelo PT e pelo Planalto, Delcídio do Amaral não contou também com o corporativismo da Casa: diante do rolo compressor da Lava Jato, o Senado optou pela transparência
Com a decisão, os senadores se livraram de abraçar uma constrangedora autopreservação mesmo diante de revelações arrebatadoras. Constrangimento, aliás, foi a palavra mais repetida nos discursos em plenário na histórica votação desta noite, em que os parlamentares se obrigaram a prestar publicamente contas ao eleitorado - e complicaram a vida dos que apostam no "escárnio", como bem definiu no julgamento desta manhã a ministra do STF Cármen Lúcia.
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Os sinais de que os senadores não pretendiam encampar um histórico desgaste contra a decisão unânime da 2ª Turma do Supremo ficou evidenciada nos expressivos 52 apoios à votação aberta sobre o caso Delcídio. Houve um evento facilitador para que defensores da votação às escuras não precisassem se expor publicamente: instantes antes da decisão, o ministro Edson Fachin afirmou que o destino do líder do governo no Senado deveria, sim, ser tomada por voto aberto.
Momentos antes, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), ele próprio um dos investigados no petrolão, ainda defendeu publicamente a votação fechada e arriscou, em vão, uma tese jurídica que poderia livrar Delcídio: a de que a prisão não foi por crime em flagrante. Pela decisão tomada em plenário, não resta dúvida de que o voto de Cármen Lúcia ecoou nos corredores do Congresso: "Criminosos não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro".
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