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Tensão aumenta e Coreia do Norte mobiliza tropas na fronteira

Kim Jong-un ordenou que soldados fiquem 'prontos para combate' depois que as duas Coreias trocaram disparos de artilharia; Seul restringiu o acesso ao complexo de Kaesong

Como medida de segurança, Coreia do Sul limitou acesso ao complexo de Kaesong, no Norte
Como medida de segurança, Coreia do Sul limitou acesso ao complexo de Kaesong, no Norte(AFP)
O ditador norte-coreano Kim Jong-un ordenou nesta sexta-feira que as tropas situadas na fronteira com a Coreia do Sul fiquem "prontas para o combate", em um momento de tensão crescente na península depois que os países vizinhos trocaram disparos de artilharia na quinta.
Utilizando o tom belicoso que adota quando pretende intimidar a Coreia do Sul e seus aliados, Kim declarou um "semiestado de guerra" com o país rival após uma reunião de emergência com sua cúpula militar na noite de quinta, segundo a agência estatal KCNA. O ditador enviou os comandantes do Exército para junto das tropas mobilizadas na fronteira e ordenou a preparação para "possíveis contra-ataques" sul-coreanos.
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Na quinta, as duas Coreias trocaram disparos depois de o regime de Kim Jong-un ter dado tiros em direção ao vizinho. A ação foi respondida pelas Forças Armadas da Coreia do Sul com o disparo de projéteis de 155 milímetros. A troca de hostilidades não provocou baixas. A imprensa sul-coreana assinalou que os disparos do Norte foram dirigidos contra os alto-falantes colocados por Seul para transmitir mensagens de propaganda ao país vizinho.
Depois do incidente, a Coreia do Norte deu um "ultimato" de 48 horas para que Seul interrompa as transmissões de propaganda nos alto-falantes. Segundo a agência France-Presse, um funcionário do governo no condado de Yeoncheon, região sul-coreana localizada perto da fronteira, relatou que moradores da área receberam ordens de Seul para abandonar suas casas e seguir para refúgios.
Kaesong - Em outro desdobramento das tensões, a Coreia do Sul restringiu, por motivos de segurança, o acesso de seus cidadãos ao complexo industrial de Kaesong, iniciativa conjunta entre as duas Coreias localizado no Norte. Apenas os diretores das 124 empresas sul-coreanas que operam o conjunto poderão atravessar a fronteira. Trabalhadores e terceirizados estão com o acesso vetado. Em 2013, o complexo de Kaesong ficou por cinco meses fechado durante um prolongado período de tensão entre os países.
Outros episódios que contribuíram para o aumento das hostilidades foram o início, na segunda-feira, dos exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos na península, vistos pelo regime norte-coreano como uma "declaração de guerra", e a explosão de minas terrestres que mutilaram dois soldados sul-coreanos que patrulhavam a fronteira em agosto. Seul acusou Pyongyang de envolvimento no incidente, algo que o regime norte-coreano negou.
(Da redação)

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