Pular para o conteúdo principal

CPI do BNDES pede informações ao banco, mas evita quebras de sigilo

Presidente do colegiado abriu novas frentes de trabalho e criou quatro sub-relatorias, comandadas por deputados aliados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha

O deputado federal, Marcos Rotta (PMDB-AM)
O deputado federal Marcos Rotta .
Em sua segunda sessão deliberativa, a CPI do BNDES aprovou nesta terça-feira quinze requerimentos que pedem uma série de informações ao banco, entre elas a relação de todos os contratos firmados em apoio a projetos desenvolvidos no exterior. O colegiado, no entanto, evitou a aprovação de quebras de sigilo - requerimentos com esse conteúdo sequer entraram em pauta.
Durante a votação, deputados governistas pediram que o BNDES fique autorizado a não enviar materiais classificados como sigilosos. O pedido foi feito em meio à análise de requerimentos que solicitavam as atas de reuniões de conselhos e o inteiro teor de documentos, como os relacionados ao financiamento da construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Para os aliados do governo, o compartilhamento desses documentos poderia trazer uma lacuna que implicasse na quebra de sigilo.
"Eu não quero acreditar na inocência do BNDES de enviar dados sigilosos sem que a CPI peça", ironizou o presidente do colegiado, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), que classificou a medida como desnecessária. Os deputados acordaram que vão aguardar o banco compartilhar as informações solicitadas e, caso algum material seja omitido, vão decidir se pedem ou não a quebra de sigilo.
Temendo o vazamento de informações, Rotta procurou autores de requerimentos de quebras de sigilo solicitando que os pedidos se transformassem em transferência de sigilo, o que garantiria que os documentos fiquem guardados em local reservado e sejam examinados exclusivamente por integrantes da CPI do BNDES. Os congressistas devem fazer o ajuste e os pedidos podem ser pautados na próxima semana.
Tropa de choque - Nessa segunda sessão da CPI, ficou evidente a tropa de choque escalada pelo governo para segurar as investigações, que podem levar a gestão petista a um novo escândalo de corrupção. O time é formado principalmente pelos deputados Carlos Zarattini (PT-SP), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Édio Lopes (PMDB-RR). Ao longo da reunião, o trio foi responsável pelos questionamentos em torno da quebra de sigilo e de uma série de manobras protelatórias, como pedidos de verificação de votos.
Em contrapartida, o presidente do colegiado abriu novas frentes de trabalho e criou quatro sub-relatorias que serão comandadas por deputados aliados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que criou a CPI do BNDES logo após romper com o governo. Estarão à frente das sub-relatorias os deputados André Moura (PSC-SE), Alexandre Baldy (PSDB-GO), André Fufuca (PEN-MA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ). Ao justificar a ampliação dos trabalhos, Rotta disse que há muitas informações a serem investigadas e que é necessário maior suporte para a comissão. Ele negou que a medida retire poder de investigação do relator, o deputado José Rocha (PR-BA).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular