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Empresário argentino sugere que grupo está em crise por não ter pago propina no 'eletrolão'

Enrique Pestarmona, da Impsa, afirmou que foi a única elétrica a levar calote da Eletrobras; e que nunca pagou propina

Enrique Pestarmona
Enrique Pescarmona, empresário: 'Perdemos tudo o que investimos no Brasil'
O empresário argentino Enrique Pescarmona, dono do conglomerado argentino Impsa, disse ao jornal argentino Perfil que sua empresa foi a única que parou de receber pelos contratos com a Eletrobras entre as demais fornecedoras da estatal. Ao afirmar que jamais pagou propina à empresa de energia do governo, o empresário sinaliza que foi por isso que parou de receber. Pescarmona ganhou no último mês, em primeira instância, o direito de receber 1 bilhão de reais referentes a pagamentos atrasados da Eletrobras, para quem a Impsa fornecia turbinas.
Segundo Pescarmona, todas as empresas citadas na Lava Jato recebiam em dia da Eletrobras. "Não nos pagaram por três anos. Além disso, quiseram rompar o contrato, mesmo já firmado, e nos impor uma multa de 4 bilhões de reais. Investimos 1,5 bilhão de reais no Brasil e queriam nos multar em 4 bilhões", diz o empresário, natural da região de Mendoza. O empresário afirmou ainda que, ao cobrar a Eletrobras, foi aconselhado pelos executivos da estatal a recorrer à Justiça. "Ir à Justiça significa que deixamos de cobrar três anos a energia, e isso nos matou. Nos custou pelo menos 250 milhões de dólares", afirmou.
A Impsa se instalou no Brasil a partir de 2001, com a intenção de criar parques eólicos. A empresa investiu mais de 1 bilhão de dólares (sendo 300 milhões de dólares em capital próprio) para financiar a empreitada nos Estados de Pernambuco e Santa Catarina. Em 2010, a companhia, que no Brasil leva o nome de Wind Power Energia, firmou um contrato para fornecer turbinas ao consórcio Norte Energia, que ergue a usina de Belo Monte. O calote da Eletrobras fez com que a empresa argentina também postergasse o pagamento de dívidas com seus credores.
Sobre a derrocada dos negócios no Brasil, Pescarmona lamenta: "Sempre cometemos erros. O nosso foi ter uma percepção errada de um Brasil moderno e não nos demos conta de que um grupo de pessoas não poderia reverter essa situação".
Pescarmona evitou fazer acusações ao governo e às empresas citadas na Lava Jato - a Impsa, inclusive, é uma delas. Segundo informações colhidas pela Polícia Federal, em 2005, o embaixador brasileiro em Quito (Equador), Sergio Augusto Sobrinho, comemorou a ação de Lula e Néstor Kirchner em prol de uma um pedido da Odebrecht, que queria se associar à empresa de Pestarmona para conseguir um contrato público com o governo equatoriano.
O empresário foi questionado se tinha conhecimento que Valter Cardeal, ex-número 1 da Eletrobras e um dos homens de confiança de Dilma, era o elo que ligava o eletrolão ao petrolão, conforme reportagem de VEJA. Mas deu uma resposta evasiva: "É o que dizem".
Endividada no Brasil, a Impsa recentemente fez uma proposta a seus credores que surpreendeu pela 'sinceridade'. Nela, a empresa afirma que pode começar a liquidar seu endividamento de mais de 400 milhões de reais no Brasil apenas em 2055.

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