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Para salvar família, Corrêa diz que assume propina

Mensaleiro agora preso pelo petrolão, ex-deputado afirma à Justiça que era o único responsável pela propina: 'Eles faziam apenas as determinações que eu mandava'

O ex-deputado federal Pedro Corrêa, suspeito de envolvimento no esquema de fraudes em contratos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato chega ao IML de Curitiba, para realizar exame de corpo de delito - 13/04/2015
O ex-deputado federal Pedro Corrêa, suspeito de envolvimento no esquema de fraudes em contratos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato chega ao IML de Curitiba, para realizar exame de corpo de delito - 13/04/2015.
O ex-deputado Pedro Corrêa surpreendeu o juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira ao iniciar depoimento dizendo que assume "a responsabilidade de todos os fatos". Condenado no julgamento do mensalão por lavagem de dinheiro e corrupção, Corrêa é alvo da operação Lava Jato, na qual também foi preso.
Antes mesmo de ser questionado pelo juiz, o mensaleiro pediu permissão para falar: "Eu realmente estou sendo acusado com outras pessoas e quero dizer que essas outras pessoas não têm nenhuma responsabilidade nos fatos. Eu assumo a responsabilidade de todos os fatos".
Em seguida, Corrêa citou nominalmente seus filhos, Aline Corrêa e Fábio Corrêa, a nora Márcia Danzi e o ex-funcionário de gabinete Ivan Verson, todos réus no esquema de corrupção na Petrobras. "Eles faziam apenas as determinações que eu mandava. Eu era a pessoa que tratava sobre todos os assuntos referentes às imputações que estão sendo feitas através do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef."
Surpreso, Moro disse não estar entendendo bem o depoimento e questionou se o réu estava assumindo as acusações contra ele. Corrêa foi enfático: "Eu estou assumindo a responsabilidade de que os outros réus não têm nada a ver com isso. Eu assumo a responsabilidade".
No entanto, após ser interrompido por sua defesa, recuou: "Eu não estou dizendo que eu cometi. Eu estou dizendo que eles não participaram. Eu vou me defender. Eles não têm participação. Essa participação é única e exclusiva minha. Se o Fábio recebeu algum dinheiro, fui eu que mandei. Se depositou algum dinheiro na conta de alguém, fui eu que mandei. Eles não tinham nenhuma participação sobre o fato", disse, em seguida negando que essa seria uma confissão de culpa. Corrêa permaneceu em silêncio no resto do depoimento.
Delação - Em delação premiada, o carregador de malas do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes confirmou na segunda-feira que pagou propina a Pedro Corrêa. Lopes disse que a propina ao ex-parlamentar chegava a até 200.000 reais por mês. A acusação estima que Corrêa e auxiliares embolsaram cerca de 40 milhões de reais em dinheiro sujo entre 2004 e 2014. Na planilha de propinas do delator, os repasses de dinheiro sujo a políticos eram anotados com a abreviatura "band", em referência a "bandidos".

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