Pular para o conteúdo principal

Cunha rebate acusações e questiona ausência de membros do PT e do governo em denúncia

Denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro, presidente da Câmara diz que procurador-geral da República e governo escolheram investigá-lo

Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)(/Reuters)
Duas horas depois de ser denunciado pelo Ministério Público, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu por meio de nota as acusações de envolvimento no propinoduto da Petrobras e voltou a dizer que foi escolhido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e pelo governo para ser investigado. O peemedebista destacou que não participa de qualquer "acordão" e questionou a ausência de nomes petistas ou do governo na primeira denúncia contra políticos.
"Não participei e não participo de qualquer acordão e, certamente, com o desenrolar, assistiremos a comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do procurador, na tentativa de calar e retaliar a minha atuação política", escreveu o peemedebista nesta quinta-feira.
O presidente da Câmara, que se tornou um dos principais desafetos do Planalto desde que assumiu o comando da Casa, disse ainda "estranhar" o fato de não ter nenhuma denúncia contra membros do PT ou do governo. No rol dos acusados por delatores estão, por exemplo, os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.
"À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobrás", disse, que acrescentou ainda estar "aliviado" com o fato de que a denúncia agora passa para a esfera do Poder Judiciário.
A nota divulgada no início desta noite começou a ser escrita na quarta-feira. Após a ação ser protocolada no supremo, nesta quinta, o peemedebista se reuniu com seus principais aliados para concluir o documento. Durante a revisão, acatou as sugestões de que deveria ser mais equilibrado e retirou da nota palavras consideradas agressivas.
"Em 2013, por outro motivo, fui denunciado pelo Ministério Público Federal. A denúncia foi aceita pelo pleno do STF por maioria e, posteriormente, em 2014, fui absolvido por unanimidade. Isso corrobora o previsto na Constituição Federal da necessidade do princípio da presunção da inocência". Ao concluir o documento, o chefe da Câmara disse que "confia plenamente" na isenção e na imparcialidade do STF para "conter essa tentativa de injustiça".
Adversários - Embora descarte qualquer possibilidade de renunciar, Cunha enfrenta a pressão de adversários para que se afaste do comando da Câmara. Após a denúncia chegar ao Supremo, deputados de partidos como o PSOL, PT e PSB começaram a colher assinaturas de apoio a documento em que afirmam que a situação do peemedebista é "insustentável". A reação, no entanto, não tem nenhum efeito prático. Principal caminho para que seja cassado, o processo no Conselho de Ética ainda é descartado pelos opositores de Cunha. Eles decidiram aguardar o STF decidir se acata a denúncia para ingressar no colegiado.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.