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Militares da Tailândia prenderam ex-primeira-ministra, diz oficial

Yingluck Shinawatra, sua irmã e seu cunhando foram presos após uma reunião convocada pela junta militar. Eles devem ficar detidos por uma semana

Militar em frente à sede do governo da Tailândia, em Bangcoc
Militar em frente à sede do governo da Tailândia, em Bangcoc (Manan Vatsyayana/AFP)
O governo militar da Tailândia prendeu nesta sexta-feira a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra e membros de sua família, após convocá-la e a outros ministros para conversações, um dia depois de o Exército ter dado um golpe de Estado e destituído o governo interino. "Nós prendemos Yingluck, sua irmã e cunhado", disse um militar de alta patente, segundo a rede BBC. A irmã e o cunhando da ex-premiê ocupavam cargos estratégicos no governo deposto.
"Nós faremos isso por não mais do que uma semana, que seria muito tempo. Nós só precisamos organizar as coisas no país primeiro", afirmou o militar, que não quis dizer onde Yingluck estava sendo mantida. A junta militar também proibiu políticos do governo deposto e da oposição que abandonassem o país. "No total, 155 pessoas foram proibidas de viajar ao exterior, salvo autorização" do novo regime militar, "para manter a paz e a ordem", declarou um porta-voz militar na televisão.

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Yingluck Shinawatra, destituída pela Justiça no dia 7 de maio, se apresentou à convocação dos militares, assim como Niwattumrong Boonsongpaisan, um ministro que tomou seu lugar de forma interina. No total, uma centena de ex-autoridades políticas, tanto do partido Puea Thai (do governo deposto) quanto do Partido Democrata (oposição), estavam convocados nesta sexta-feira pelos autores do golpe de Estado condenado pela comunidade internacional. (Continue lendo o texto)


Manifestações proibidas – Os generais garantem ter agido para colocar fim à grave crise política que atinge o país há mais de seis meses, e decretaram um toque de recolher, também proibindo as manifestações. Cerca de 30 jovens tailandeses ignoraram a proibição e protestaram diante do Monumento pela Democracia sem que o exército respondesse, observou um fotógrafo da agência France-Presse. Mas, em geral, Bangcoc estava tranquila, sem tanques nas ruas como em 2006, ano do último golpe. No entanto, todas as escolas estavam fechadas.
Havia muitos militares nos arredores da sede do governo, abandonada há meses, e os últimos manifestantes da oposição, felizes com o golpe que exigiam, recolhiam suas barracas. Depois de três dias de lei marcial, destinada, segundo o exército, a forçar o diálogo entre os atores civis da crise política, o poderoso chefe do exército em terra, o general Prayut Chan-ocha, justificou na quinta-feira um golpe necessário "pare que o país volte à normalidade".
O general lembrou a violência dos protestos, que deixaram mais de 28 mortos desde o início da crise, a maioria vítima de por disparos ou de granadas em Bangcoc. Na manhã desta sexta-feira, todas as televisões emitiam música sobre uma imagem fixa que mostra o nome do novo regime: o Conselho Nacional para a Manutenção da Paz e da Ordem. A imagem era Interrompida para emitir, em intervalos regulares, os boletins do novo regime, lidos por um porta-voz do exército não identificado. A internet, em particular as redes sociais, seguia funcionando, mas o exército ameaçou recorrer a bloqueios em caso de conteúdos críticos.
Alguns observadores acreditam que a crise se deve a uma luta de poder para garantir quem dirigirá o governo no momento da sucessão do rei Bhumibol Adulyadej, que já tem 86 anos e faz pouquíssimas aparições públicas. Ainda resta saber se o novo governo militar será investido pelo rei neste regime de monarquia constitucional que viveu doze golpes de Estado e outras sete tentativas em 82 anos. O golpe anterior, em 2006, levou a uma série de crises políticas nas quais saíram às ruas sucessivamente os inimigos e os partidários do primeiro-ministro da época, Thaksin Shinawatra, considerado pelas elites como uma ameaça à realeza.
(Com agência France-Presse)

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