Pular para o conteúdo principal

Governo eleva previsão de receitas extraordinárias para fechar as contas

Ministério do Planejamento anunciou ajustes no Orçamento e aumentou de R$ 18,7 bilhões para R$ 24,3 bilhões a previsão de receitas extras com impostos para atingir a meta de superávit de 2014

 
 

BRASÍLIA - O governo federal aposta em uma arrecadação extra de R$ 24,3 bilhões em impostos neste ano para fechar a meta de superávit primário para as contas públicas, principal indicador sobre o desempenho da política econômica. Mais da metade desse valor, ou R$ 12,5 bilhões, devem entrar nos cofres federais com a aprovação do programa de refinanciamento de tributos atrasados, o chamado Refis, cuja reabertura está sob análise do Congresso Nacional.
No ano passado, receitas não recorrentes totalizaram R$ 36 bilhões e foram cruciais para atingir a meta para as contas públicas. Em 2014, o governo espera poupar ao todo R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), para pagar juros da dívida.

A arrecadação extra anunciada na quinta-feira, 22, pelo governo sofreu revisão em relação ao decreto anterior, publicado há dois meses. Naquela ocasião, o governo esperava R$ 18,744 bilhões em receitas extraordinárias. Sobre este número, foram adicionados os recursos que virão com o Refis. Mas, ao mesmo tempo, o baixo desempenho da economia obrigou os técnicos do Planejamento a cortarem a estimativa de arrecadação com outros impostos. A fotografia do momento, definida no decreto que será publicado hoje, mostra arrecadação extra de R$ 24,3 bilhões.

Para cumprir a meta de superávit primário, além dos recursos do Refis, o governo também conta com outras duas fontes importantes. A previsão de arrecadação com as concessões de serviços públicos, segundo os dados do governo, é de R$ 13,5 bilhões. E as estatais devem contribuir com R$ 23,9 bilhões em pagamentos de dividendos. Com isso, praticamente metade do chamado esforço fiscal do governo neste ano virá dessas três fontes.

Cenário. O novo decreto com a programação do Orçamento para este ano também vai na contramão do discurso oficial sobre o desempenho da economia. Um dia depois de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, dizer que a inflação vai continuar caindo nos próximos meses, o governo elevou de 5,3% para 5,6% a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014.
"A estimativa de inflação (IPCA) é compatível com a meta estipulada para fins de política monetária e com a trajetória para este índice observada até o momento", diz o relatório.

O horizonte de uma recuperação econômica mais forte, presente nos discursos de Mantega e da presidente Dilma Rousseff, também não entrou no decreto do Orçamento. Depois de uma expansão de 2,3% no ano passado, o PIB deve crescer 2,5% neste ano, segundo o decreto que repete a mesma estimativa feita há dois meses. Mantega já chegou a prever 2,3% para este ano.

O governo deixou de fora do documento atual a projeção de déficit da Previdência Social. No último relatório, estava em R$ 30 bilhões, mas esse número foi considerado baixo por analistas de mercado.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular