Por que os pais de Madeleine não perdem a esperança
Há uma série de casos de crianças e adolescentes desaparecidos e encontrados vivos anos depois
Clara Massote e Cecília Araújo
Madeleine desapareceu em Portugal há quatro anos (Divulgação/Família McCann)
Quatro anos depois do desaparecimento da menina Madeleine McCann, a Scotland Yard afirmou que existe uma possibilidade de a menina estar viva. Os britânicos solicitaram às autoridades policiais portuguesas que reabram as investigações da história. Um sopro de esperança para Gerry e Kate McCann, pais da garota? Talvez. Há casos de crianças e adolescentes desaparecidos e encontrados vivos anos depois - embora muitos deles tenham passado por momentos trágicos (ver quadro abaixo). Madeleine tinha 5 anos quando sumiu durante uma viagem com os pais a Portugal - hoje, ela estaria com 9 anos. O próprio inspetor da Scotland Yard, Andy Redwood, deu esperança à família na semana passada. "Não são raros os casos de jovens sequestrados e encontrados tempos depois", afirmou. "E não se pode descartar que Madeleine foi raptada por um estranho."
Independentemente do alívio da família, o possível retorno de Maddie também pode representar a retomada de um doloroso ciclo de ansiedade para os McCann. "A real possiblidade de reencontro pode atuar como um novo fator de stress", explica a psicóloga Denise Diniz, coordenadora do Núcleo de Qualidade de Vida e Controle de Stress da Unifesp. "Ainda mais porque a situação jé mexeu com a identidade daquele núcleo familiar."
Para Denise, o "luto sem corpo", ou o desaparecimento de um ente querido por tempo indeterminado, pode ser até mais doloroso que a própria morte da pessoa. "É triste, mas fundamental que enterremos nossos mortos. Quando a família passa pelo stress de perder um parente para o desconhecido, passa a viver em um velório constante, uma esperança que pode gerar muita ansiedade e uma expectativa exagerada", afirma.
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