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Com maior expectativa de vida e puberdade precoce, mulheres passam mais tempo inférteis

Período em que a mulher é infértil já ocupa mais de um terço de sua vida

 
Mulher(Thinkstock)
No Brasil, a mulher chega à menopausa em média aos 48,1 anos
Cada vez mais, o tempo de vida no qual uma mulher é fértil se aproxima do período em que ela é infértil. Dois fatores estão contribuindo para isso. A puberdade precoce está fazendo com que muitas mulheres menstruem mais cedo, e a expectativa de vida não para de crescer. Hoje, a expectativa de vida da mulher brasileira é de 76,7 anos, enquanto há 30 anos era de 65,7. Porém, a idade média em que a mulher brasileira chega à menopausa continua a mesma: 48,1 anos. “Embora a mulher tenha mais tempo de vida atualmente, a menstruação é geneticamente programada e o fim realmente ocorre nessa faixa etária. Não há como adiar”, explica Angela Maggio da Fonseca, professora de ginecologia da Faculdade de Medicina da USP. Por causa disso, hoje as mulheres passam mais de um terço de suas vidas em um período infértil, só revertido com tratamento hormonal.
Em algumas mulheres, a menopausa chega mais cedo. Segundo estudo realizado pelo Hospital das Clínicas de São Paulo e coordenado por Angela, as mulheres que menstruaram antes dos 14 anos tendem a ter a última menstruação antes dos 50. Mas só é considerada precoce a menopausa que ocorre antes dos 40 anos. Entre as razões que podem antecipar o fim da menstruação estão fatores ambientais, socioeconômicos, estresse, altitude, desnutrição e tabagismo.
Outra pesquisa, conduzida por centros americanos de pesquisa sobre câncer de mama, entre 2004 e 2006, revelou que o dobro de meninas de sete anos de idade já apresentavam seios em relação às meninas pesquisadas em 1997. Problemas à vista. A puberdade precoce, no caso da mulher, aumenta o tempo de exposição ao hormônio estrogênio, fator de risco para o câncer de mama. E o levantamento brasileiro revelou que, quanto mais cedo a idade da menopausa, maiores são as chances de apresentar sintomas como ondas de calor, palpitações e melancolia. A boa notícia é que eles diminuem significativamente conforme o tempo passa.
Obesidade – A pesquisa, que traçou o perfil da mulher brasileira na menopausa, mostrou que mais da metade das mulheres neste período está com sobrepeso ou obesidade e duas em cada três delas apresentam sintomas relacionados ao desequilíbrio hormonal. Para o levantamento, 6.000 pacientes, com mais de 40 anos, foram acompanhadas por mais de uma década. “A pesquisa é importante porque, ao saber as doenças que ocorrem e todas as características dessas mulheres, podemos proporcionar um tratamento mais adequado”, diz Angela.
A drástica queda do nível de estrogênio pode trazer uma série de consequências para a saúde da mulher. Além dos sintomas citados no quadro abaixo, Luciano Pompei, membro da comissão nacional de climatério da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), ressalta que a falta do hormônio acelera a perda de massa óssea, aumentando as chances de osteoporose, e também pode estar relacionada com o maior risco de doença cardiovascular.

Os riscos da terapia hormonal — Devido a esses fatores, especialistas consultados pelo site de VEJA alertam que essa é uma fase que precisa ser acompanhada de perto pelo médico. “Apesar de ser um período de grandes transições, há muito do que o médico pode fazer pela mulher - do ponto de vista de tratamento de sintomas e de prevenção de problemas”, diz. “Mesmo que ela tenha medo, é importante desfazer mitos”, afirma Pompei.

Pompei se refere ao medo das pacientes em relação à terapia de reposição hormonal, que ganhou força após uma pesquisa publicada pelo Journal of the American Medical Association, em 2002. Segundo os resultados, houve um aumento no risco de câncer de mama nas mulheres que fizeram uso dessa terapia. Eduardo Zlotnik, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, diz que é preciso ter cautela na hora de indicar a terapia. “É preciso fazer uma avaliação dos riscos, se há histórico de câncer de mama, se a mulher fuma, tem problemas de coagulação. Atualmente, recomendamos a utilização apenas para pacientes com muitos sintomas “, diz. Segundo ele, existem alternativas capazes de tirar calores, melhorar o humor e a lubrificação da vagina.

Ivaldo Silva, ginecologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembra que os hábitos de vida podem ter um papel muito importante para lidar com esse período. “É no momento da menopausa que muitas mulheres fazem uma avaliação de suas vidas. Além de ter que enfrentar o distanciamento dos filhos, os efeitos das alterações que ocorrem no corpo, este é o momento em que elas precisam optar por uma melhor qualidade de vida. Alimentação balanceada e atividade física podem ser o passo necessário para uma velhice saudável e com menos sintomas”, afirma.

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