Google e James Cameron unem forças para impulsionar mineração espacial
Empresa financiada por diretor de cinema e fundador do Google vai procurar por asteroides cheios de metais preciosos nas redondezas da Terra
Asteroides ricos em metais preciosos podem ser capturados por espaçonaves, permitindo que seus recursos possam ser extraídos - acreditam os fundadores da Planetary Resources (Planetary Resources)
"Acho que eles [Space Resources] são parte loucos, parte gênios. Mas o ponto é: eles são ricos."
Michio Kaku, físico
Michio Kaku, físico
A ousada iniciativa é encabeçada por Eric Anderson, um dos fundadores da empresa. A premissa é simples: muitos asteroides são ricos em metais raros na Terra, como platina, paládio e ouro. Um desses corpos celestes pode conter mais metais raros do que já foi minerado em toda a história da humanidade.
Negócio rentável — Além de metais raros, os asteroides também possuem água - e água tem muita utilidade no espaço. "Ela não seria usada apenas para hidratação, mas também para se produzir oxigênio e hidrogênio, ar respirável e combustível para os foguetes", disse Anderson. Recorrendo às contas bancárias dos investidores, seria possível incrementar a tecnologia de foguetes atual para estabelecer uma rede mineradora nos asteroides mais valiosos do Sistema Solar. Uma vez estabelecida a rede, o custo da operação seria reduzido.
A nova empresa pretende enviar robôs para minerar asteroides próximos da Terra
Obstáculos — Apesar do fôlego financeiro e do apoio de grandes entusiastas do espaço, a empresa terá que vencer algumas etapas trabalhosas. A primeira é o trabalho de prospecção. De acordo com Anderson, dos 8.900 asteroides conhecidos próximos da Terra, 150 (segundo as estimativas mais otimistas) são ricos em água e mais fáceis de serem alcançados do que a superfície da Lua. O trabalho inicial da Planetary Resources será identificar e caracterizar os candidatos.
Para fazer o censo espacial, a empresa vai colocar na órbita da Terra nos próximos dois anos uma série de telescópios que ela própria desenvolveu. Os equipamentos farão observações e servirão de modelos para futuros dispositivos que vão se aproximar dos asteroides mais promissores para analisá-los com mais precisão. A fase de prospecção, segundo Anderson, vai durar cerca de dois anos.
Outro problema que a empresa mineradora precisará resolver é a questão legal. Não existem leis que regulem os direitos de propriedade no espaço. A situação é vista por dois lados. Um deles defende a existência de regulamentação para proteger os direitos de potenciais investidores. O outro compara a exploração dos minérios espaciais à extração de minério no fundo do mar, em zonas neutras, que não pertencem a nenhum país.
"Eles são ricos" — Eliminados os obstáculos, a empresa pretende enviar robôs para fazer a extração dos minerais e possivelmente algum tipo de refino antes de enviá-los de volta à Terra. Outro plano considerado pela Planetary Resources é aproximar o asteroide do planeta usando motores especiais. De acordo com um estudo patrocinado pela Caltech, nos Estados Unidos, um astro de 500 toneladas próximo à Terra poderia ser capturado e arrastado até a órbita da Lua até 2025 a um custo de 2,6 bilhões de dólares.
Não é possível dizer se a empreitada espacial vai funcionar. O físico Michio Kaku, protagonista de documentários no Discovery Channel e na BBC onde apresenta de forma didática as grandes descobertas da física moderna, está otimista. "Acho que eles (Space Resources) são parte loucos, parte gênios", disse em entrevista a ABC. "Mas o ponto é: eles são ricos."
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