Pular para o conteúdo principal

 Celso de Mello nega liberdade a ex-número 2 do Ministério do Trabalho


O ministro do STF, Celso de Mello
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liberdade ao ex-número 2 do Ministério do Trabalho, Leonardo Arantes, sobrinho do deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO). Ele está preso preventivamente sob a suspeita de fazer parte de uma organização criminosa investigada na Operação Registro Espúrio que promovia fraudes em registros sindicais no Ministério do Trabalho. A decisão foi publicada nesta quinta-feira, 19, em um habeas corpus apresentado pela defesa de Leonardo Arantes na terça-feira, 17. Entre os argumentos, o ministro Celso de Mello disse que a jurisprudência do Supremo impede que um ministro conceda habeas corpus contra decisão de um colega de Suprema Corte, no caso, o ministro Edson Fachin, relator da Registro Espúrio no STF. Em uma manifestação paralela, a Procuradoria-Geral da República pediu no domingo, 15, a manutenção da prisão preventiva de Leonardo Arantes, bem como do primo, Rogério Arantes, ex-dirigente do Incra, e do ex-secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Carlos Lacerda. As justificativas da PGR foram a manutenção dos fundamentos que levaram à prisão deles na primeira fase da Registro Espúrio. Adicionalmente, o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, argumentou que um depoimento do ex-coordenador de Registro Sindical, Renato Araújo, também preso preventivamente, trouxe mais motivos para manter Leonardo Arantes preso. Além disso, um depoimento de Leonardo Arantes foi utilizado entre os motivos para manter o primo, Rogério, na prisão. Conforme o Estadão publicou, Leonardo comprometeu o primo em depoimento. “Vale destacar ainda trecho do depoimento prestado por Leonardo Arantes, constante na documentação anexa, por meio do qual destaca o papel e a atuação de Rogério Arantes na organização criminosa”, disse a PGR. Em seguida, a manifestação destaca um trecho em que Leonardo diz ter recebido solicitação de Rogério para “que fosse agilizado uma Carta Sindical”, e que ele voltou a falar no assunto outra vez. A PGR também afirma que “Rogério Arantes atua na organização criminosa na captação de demandas, buscando obter, por meio da influência de Leonardo Arantes, vantagens indevidas, papel que independe do exercício de alguma função pública”. Em relação a Carlos Lacerda, a PGR afirmou que ele é “braço direito” do Deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) e “um dos líderes da organização criminosa junto à Secretaria de Relações de Trabalho”. O habeas corpus de Arantes foi decidido por Celso de Mello porque o ministro estava responsável pela presidência do STF nesta terça e quarta-feira, durante recesso do judiciário. A ministra-presidente da Corte, Cármen Lúcia, estava cumprindo o papel de presidente da República interina durante viagem do presidente Michel Temer. O relator do habeas corpus é o ministro Alexandre de Moraes, embora o relator da Operação Registro Espúrio no STF seja Fachin.
Estadão Conteúdo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular