Pular para o conteúdo principal

Candidatos querem mudar funcionamento do STF

Foto: Dida Sampaio / Estadão
Presidenciáveis propõem alterar indicações para o Supremo, duração do mandato e até número de ministros; PECs no Congresso também questionam regras
Mudanças na forma de indicação, nas atribuições, na duração do mandato e no número de ministros do Supremo Tribunal Federal se tornaram tema do debate nas eleições 2018 e fazem parte das propostas de pelo menos metade dos principais presidenciáveis. Ao mesmo tempo, ao menos 40 propostas de emenda à Constituição (PECs) sobre o assunto tramitam na Câmara e no Senado, a maioria apresentada logo após o julgamento do mensalão, em 2012. As proposições dos candidatos ao Planalto ganharam destaque num cenário de críticas à atuação do Judiciário, muitas vezes classificada como “política” e parcial. Para integrantes da Corte e ex-ministros ouvidos pela reportagem, o tema nas propostas pode ser entendido como reação do mundo político ou consequência natural do protagonismo da Corte nos últimos anos, principalmente na esteira da Operação Lava Jato. O argumento da falta de isenção foi usado pelo presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, para defender a nomeação de mais dez ministros, ampliando de 11 para 21 o número de integrantes da Corte. “É uma maneira de botar dez isentos lá dentro”, disse Bolsonaro no início do mês à TV Cidade, de Fortaleza. As nomeações seriam feitas por ele mesmo, se eleito. Alvaro Dias, pré-candidato do Podemos, defende mudar a forma de indicação de ministros, atualmente prerrogativa do presidente da República. Ele propõe que os próprios integrantes da Corte escolham um nome ou que seja adotado concurso público para o cargo. A mudança no mecanismo de indicação também é tema do programa de governo do PT. O partido fala em realizar sessões para ouvir outras instâncias além do presidente da República. Questionada, porém, a sigla não detalhou como seria feito. O ex-prefeito Fernando Haddad, coordenador do programa de governo petista e cotado para substituir nas urnas o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, citou a limitação do mandato dos magistrados da Corte em 12 anos. Hoje, os ministros podem atuar até 75 anos. Guilherme Boulos, do PSOL, propõe envolver servidores do Judiciário na escolha dos ministros. Por meio de sua assessoria, disse que “a tomada de decisão deve sempre se dar de forma pública, mediante audiências, conferências e consultas populares”. Boulos sugere ainda “aprimorar” o processo de sabatina e “incluir a participação e voto de cidadãos e movimentos sociais”. Hoje, a indicação do presidente da República precisa ser aprovada pelo Senado por maioria absoluta. Depois, o chefe do Executivo nomeia o novo ministro. Para o ex-presidente do STF Carlos Ayres Brito, as propostas de mudanças na Corte podem esconder “segundas intenções” para que o poder político acabe exercendo mais influência sobre o Judiciário. “Não vejo com bons olhos, porque isso sugere uma manipulação das futuras indicações. Essa proposta pode esconder uma segunda intenção, a de manipular futuros julgamentos do tribunal. Vejo com temor, com muita preocupação”, disse ao Estadão/Broadcast. Na opinião do ministro Marco Aurélio Mello, o Supremo está na “vitrine e fica sujeito a estilingue”. “Isso tudo é plataforma política, temos de aguardar. Não tomo como retaliação e, sim, como uma sinalização a eleitores”, afirmou. Outro integrante do STF disse que o debate é “reação natural ao protagonismo do tribunal”, mas que tem a ver também com o vazio de poder estabelecido em função do “cenário de terra arrasada” decorrente da Lava Jato. Geraldo Alckmin (PSDB) sugeriu a redução da competência do STF para “aliviar a elevada carga de trabalho da Corte”, mas não detalhou como seria essa mudança. Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) disseram, via assessorias, que não vão incluir propostas sobre o tema nos programas.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p