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O governador Rui Costa voltou a falar publicamente na semana passada sobre a hipótese do PT ter um plano para o Palácio do Planalto nas eleições de 2018 diferente da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em março, o petista baiano já dava sinais de que não pensa como a maioria barulhenta do PT, que insiste em público não haver outra alternativa diferente de Lula na corrida presidencial (lembre aqui). Às vésperas do prazo de convenções, todavia, o posicionamento de Rui abre caminho para uma discussão imprescindível para o pleito de outubro: o que deve acontecer com o PT na disputa.
Rui mostrou, em mais de uma oportunidade, que o pragmatismo na política é algo importante para ganhar eleições. Em meio ao afastamento do PT de partidos como PSD e PP no plano federal, manteve ativas as relações com as duas siglas na Bahia e construiu a chapa majoritária tendo as legendas como pilares. Mesmo com sinais de distanciamento em Brasília, Rui conseguiu também manter ao seu lado o PR e o PDT, dois partidos que tentam viabilizar participação na chapa ao Planalto. Agora, perto do início oficial da campanha, o governador baiano pode se refestelar com o fato de ser franco favorito a permanecer no Palácio de Ondina.
Para setores mais radicais do PT, o discurso de Rui pode parecer incoerente com a história do partido. No entanto, foi com a adoção desse tipo de política que a legenda conquistou a Presidência da República em 2002 e se manteve como uma das mais influentes no cenário político desde então. O baiano é aquilo que um político profissional precisa ser: sabe diferenciar a emoção da razão.
Não nos enganemos também sobre o fato de que o posicionamento de Rui não é compartilhado com o ex-governador Jaques Wagner, pré-candidato ao Senado na Bahia e lembrado como uma opção para o PT caso Lula seja impedido de disputar o Planalto. Wagner teve um encontro recente com caciques do PR e os relatos apontam que há, em curso, uma negociação para reativar a parceria que elegeu Lula e José Alencar há 16 anos, dessa vez com o filho do ex-vice-presidente, Josué Alencar.
Esse PR, inclusive, é um dos entusiastas da ascensão de Wagner para disputar a Presidência – ou a vice -, tendo Josué ao lado. O ex-governador da Bahia, todavia, não deve ser alçado à condição de candidato à Presidência, como sugerem as especulações que circulam no cenário nacional. Por isso Rui deu de ombros e reforçou que Wagner estará como candidato ao Senado nas urnas em outubro.
Com o prazo apertado para a definição das alianças para as eleições de 2018, Rui pressionou publicamente para que o PT encontre uma solução para o impasse que bate à porta nesse momento "final". Mesmo que, no fundo do coração, os petistas clamem pelo retorno de Lula para a Presidência, usar a razão pode ser primordial para a existência futura do partido. O governador da Bahia apenas sinalizou isso.
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