Pular para o conteúdo principal

STF manda soltar procuradora que torturou criança

Vera Lúcia Gomes foi presa por espancar menina de dois anos que pretendia adotar, numa rotina de golpes na cabeça, socos e humilhações

 
A procuradora aposentada Vera Lúcia Sant'Anna Gomes
A procuradora aposentada Vera Lúcia Sant'Anna Gomes
Condenada por torturar uma criança de dois anos, a procuradora de Justiça aposentada Vera Lúcia Sant’anna Gomes ganhou direito a liberdade. O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou pedido da defesa para que ela aguarde em liberdade o julgamento de recursos ainda pendentes na Justiça do Rio de Janeiro.
Vera Lúcia foi presa preventivamente em maio de 2010 no Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro. No processo, há farto material registrando espancamentos e humilhações praticados contra a menina T.E., na época com dois anos, que estava em processo de adoção pela procuradora. Em depoimento à Justiça, quatro pessoas – porteiros e funcionários do prédio – relataram detalhes: quando a criança não respondia prontamente a um simples "bom dia", por exemplo, recebia tapas no rosto; quando se recusava a comer toda a comida, era tratada como animal. Em gravações entregues ao Conselho Tutelar contendo diálogos atribuídos a Vera Lúcia: "Engole! Você vai comer tudo, entendeu? Sua 'vaquinha'! Pode chorar quanto quiser e vai comer, sua cachorra".
Passados quase quatro anos desde que o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte decretou sua prisão, o processo que resume todas as atrocidades cometidas pela procuradora ainda não foi concluído. Na sentença, o juiz afirmou que a criança parecia "ter acabado de sair de uma luta de boxe”. A pena original, de oito anos e dois meses de prisão, foi diminuída pela metade pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa de Vera Lúcia nega que ela tenha torturado a criança.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular