ONU aprova resolução contra anexação da Crimeia
Votação pelos membros da Assembleia Geral tem peso simbólico. Congresso dos Estados Unidos aprova expansão de sanções e de ajuda para a Ucrânia
A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta quinta-feira uma resolução que apoia a manutenção da integridade territorial da Ucrânia, destaca que o referendo da Crimeia “não é válido” e pede uma solução pacífica para a crise resultante da anexação da península pela Rússia. Ao contrário das votações do Conselho de Segurança, as resoluções aprovadas na Assembleia Geral não são vinculantes, de modo que o resultado é em grande parte simbólico. Ainda assim, o chanceler interino da Ucrânia, Andriy Deshchytsia, comemorou a aprovação. “O que aconteceu no meu país é uma violação direta à Carta da ONU (...) e aconteceu no coração da Europa, em pleno século XXI”. A Ucrânia havia recorrido à Assembleia Geral, no qual votam os 193 países membros da ONU, depois que a Rússia vetou qualquer debate no Conselho de Segurança.
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O texto foi aprovado por 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções. Neste último grupo, estava o Brasil e outras nações sul-americanas. Ao lado da Rússia, contra a resolução, ficaram Armênia, Bielo-Rússia, Bolívia, Coreia do Norte, Cuba, Nicarágua, Sudão, Síria, Venezuela e Zimbábue. Sem identificar diretamente a Rússia, o texto ressalta que a ONU afirma um compromisso com a soberania, com a independência política, com a unidade e integridade territorial da Ucrânia "a partir de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente”.
A resolução pede ainda às partes que exerçam “moderação”, abstenham-se de “ações unilaterais” e de “retórica incendiária” e encontrem uma solução pacífica através de um diálogo político “direto”. Durante o debate que ocorreu antes da aprovação, o embaixador russo, Vitaly Churkin, citou que a população da Crimeia aprovou por “arrasadora” maioria a anexação pela Rússia e disse que seu país “não pode recusar o desejo de autodeterminação”.
Já a embaixadora americana, Samantha Power, destacou que o direito de autodeterminação não pode ser defendido por meio da coerção, enquanto o representante da União Europeia, Thomas Mayr-Harting, disse que no século XXI não pode haver lugar para o uso da força com o objetivo de mudar fronteiras.
Sanções - Também nesta quinta-feira, a Câmara e o Senado dos EUA votaram com a intenção de expandir as sanções contra autoridades russas e aumentar a ajuda à Ucrânia, com uma garantia de um empréstimo de 1 bilhão de dólares, além do envio de uma ajuda direta de 150 milhões de dólares. Os projetos serão remetidos ao presidente Barack Obama para assinatura.
(Com agências EFE e Reuters)
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