Apagões levam caos a Caracas; Maduro denuncia sabotagem e prende militares
Governo acusa conspiradores por incêndio em parque que levou à paralisação da transmissão de eletricidade para boa parte da capital
(Atualizada às 23h) CARACAS - Dois apagões paralisaram nesta segunda-feira, 25, parte dos serviços públicos de Caracas, horas antes de o presidente Nicolás Maduro anunciar a prisão de três comandantes da Força Aérea aos quais acusou de planejar um golpe. Segundo o ministro de Energia Elétrica, Jesse Chacón, os blecautes tiveram como causa incêndios criminosos que atingiram sete subestações de energia na segunda-feira à noite.
O trânsito da cidade ficou congestionado nas zonas central e norte em razão de trens do metrô parados e dos semáforos apagados, o que fez centenas de pessoas ocuparem as principais vias dessas regiões. Comércio e serviços foram igualmente afetados - na entrada de vários edifícios públicos e privados havia aglomerações de pessoas que aguardavam a normalização do fornecimento de energia.
O incêndio que ocasionou o apagão ocorreu em três pontos próximos às subestações Tarzilandia, El Convento e Boyacá, na região do Monte Ávila. Outras quatro subestações deixaram de receber eletricidade - Anauco, Púnceres, El Conde e Las Delicias. O caso é investigado pelo governo, que menciona o interesse de opositores de provocar o caos na capital.
"Todos que vivemos na zona centro-norte estamos afetados no serviço porque alguém resolveu pôr fogo ou acender e jogar um objeto aceso no respirador da galeria de cabos de 230 quilowatts", afirmou Chacón. "Esperamos que os organismos de segurança avancem rapidamente na investigação", completou o ministro. As autoridades do setor elétrico prometiam resolver o problema de transmissão de energia até 17 horas da segunda. O hospital infantil J.M. de los Ríos, de Caracas, afetado durante toda a madrugada e manhã pelo apagão, parou de funcionar às 9 horas. Outros centros médicos foram atingidos, como o Hospital de Clínicas de Caracas e a Clínica Razzetti.
No Twitter, ao comentar a situação, o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, disse que o governo vai criar mais situações de violência, mais prisões e outros apagões para distrair os venezuelanos do pacote econômico. "Não deixemos. Nossa agenda são os problemas sociais que eles não solucionaram", escreveu.
Em outras postagens, Capriles afirmou que Maduro "tenta defender o indefensável" e responsabilizou o presidente pela situação econômica do país. "Ontem (segunda-feira), fizeram a pior desvalorização de moeda da nossa história e eles são os responsáveis por isso", disse, referindo-se ao plano Sicad 2, que prevê uma nova banda cambial. "O salário mínimo na nossa Venezuela é o segundo mais baixo em toda a América Latina, atrás apenas de Cuba. Essa é a grande obra de Nicolás."
Desde 2008, a Venezuela tem sofrido com a falta de energia, na maioria das vezes, atribuídas pelas autoridades a casos de sabotagem. Em 2012, o então presidente, Hugo Chávez, enviou militares para instalações elétricas para reforçar a segurança contra sabotagens.
No ano passado, foram dois grandes episódios de falta de energia, que afetaram quase 70% do país. Em ambas ocasiões, Maduro responsabilizou a oposição, mas não apresentou provas. Os opositores, por seu lado, responsabilizam o governo - que teria se descuidado da manutenção do sistema - pelos apagões. Além dos incidentes pontuais, o país enfrentou em 2010 uma grave crise de energia em razão de uma seca que atingiu a Represa de Guri, onde é gerada a maior parte da energia venezuelana. / COM AP e EFE
Multidão tomou as ruas de Caracas em razão da falta de energia
O incêndio que ocasionou o apagão ocorreu em três pontos próximos às subestações Tarzilandia, El Convento e Boyacá, na região do Monte Ávila. Outras quatro subestações deixaram de receber eletricidade - Anauco, Púnceres, El Conde e Las Delicias. O caso é investigado pelo governo, que menciona o interesse de opositores de provocar o caos na capital.
"Todos que vivemos na zona centro-norte estamos afetados no serviço porque alguém resolveu pôr fogo ou acender e jogar um objeto aceso no respirador da galeria de cabos de 230 quilowatts", afirmou Chacón. "Esperamos que os organismos de segurança avancem rapidamente na investigação", completou o ministro. As autoridades do setor elétrico prometiam resolver o problema de transmissão de energia até 17 horas da segunda. O hospital infantil J.M. de los Ríos, de Caracas, afetado durante toda a madrugada e manhã pelo apagão, parou de funcionar às 9 horas. Outros centros médicos foram atingidos, como o Hospital de Clínicas de Caracas e a Clínica Razzetti.
No Twitter, ao comentar a situação, o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, disse que o governo vai criar mais situações de violência, mais prisões e outros apagões para distrair os venezuelanos do pacote econômico. "Não deixemos. Nossa agenda são os problemas sociais que eles não solucionaram", escreveu.
Em outras postagens, Capriles afirmou que Maduro "tenta defender o indefensável" e responsabilizou o presidente pela situação econômica do país. "Ontem (segunda-feira), fizeram a pior desvalorização de moeda da nossa história e eles são os responsáveis por isso", disse, referindo-se ao plano Sicad 2, que prevê uma nova banda cambial. "O salário mínimo na nossa Venezuela é o segundo mais baixo em toda a América Latina, atrás apenas de Cuba. Essa é a grande obra de Nicolás."
Desde 2008, a Venezuela tem sofrido com a falta de energia, na maioria das vezes, atribuídas pelas autoridades a casos de sabotagem. Em 2012, o então presidente, Hugo Chávez, enviou militares para instalações elétricas para reforçar a segurança contra sabotagens.
No ano passado, foram dois grandes episódios de falta de energia, que afetaram quase 70% do país. Em ambas ocasiões, Maduro responsabilizou a oposição, mas não apresentou provas. Os opositores, por seu lado, responsabilizam o governo - que teria se descuidado da manutenção do sistema - pelos apagões. Além dos incidentes pontuais, o país enfrentou em 2010 uma grave crise de energia em razão de uma seca que atingiu a Represa de Guri, onde é gerada a maior parte da energia venezuelana. / COM AP e EFE
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