Argentina acusa Grã-Bretanha de enviar armas nucleares para as Malvinas
Denúncia foi feita por secretário em Conferência de Desarmamento das Nações Unidas. Para governo argentino, deslocamento viola tratados internacionais
O ministro das Relações Exteriores argentino, Héctor Timerman
Ele responsabilizou o governo britânico por uma injustificada e desproporcional presença militar no Atlântico Sul, “que inclui deslocamento de submarinos com capacidade de transportar armamentos nucleares”.
O secretário afirmou que a Grã-Bretanha não apresentou as explicações nem deu qualquer informação que permitisse desmentir as suspeitas. Também fez críticas ao fato de as Malvinas estarem entre os territórios mais militarizados do mundo, com mais de 1.500 soldados britânicos para uma população de 3.000 civis.
“Atravessamos uma etapa precária de implementação do tratado de Tlatelolco, que proíbe completamente o armamento nuclear na América Latina e no Caribe. Esta precária implementação é desafiada pelo Reino Unido”, disse Zuain. O tratado ao qual ele se referiu estabelece a desnuclearização da América Latina e do Caribe e entrou em vigor em abril de 1969.
Disputa - A presidente Cristina Kirchner passou a reclamar a soberania sobre as ilhas com mais vigor desde o aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas, em abril do ano passado. O arquipélago é administrado pela Grã-Bretanha desde 1833.
No início deste mês, o chanceler Hector Timerman viajou a Londres, mas não quis participar de uma reunião com o governo britânico que incluísse representantes do arquipélago. Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, o ministro argentino afirmou que as Malvinas serão recuperadas “em menos de 20 anos”.
O governador das ilhas, Nigel Haywood, respondeu à provocação dizendo que a resposta será dada pelos próprios kelpers (moradores locais), nas urnas. Nos dias 10 e 11 de março, será realizada uma consulta popular com os habitantes das Falklands para definir o status político do território ultramarino britânico.
O secretário de Estado americano, John Kerry, visitou Londres nesta segunda-feira, em sua primeira viagem internacional depois de ser nomeado para o cargo. Em uma reunião com o ministro de Relações Exteriores, William Hague, os dois discutiram a questão das Malvinas, mas Kerry não quis fazer comentários sobre o referendo. Disse apenas que a posição de Washington sobre o tema não mudou. “Continuamos a incentivar uma solução pacífica para a questão.”
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