Seul não vê nada incomum no vizinho em 'estado de guerra'
Coreia do Sul não observou nenhum movimento das tropas do país vizinho
Soldados norte-coreanos
compareceram à praça Kim Il Sung, no centro de Pyongyang, nesta sexta-feira
(14), para comemorar sucesso do lançamento do foguete Unha-3 - Ng Han
Guan/AP
As Forças Armadas sul-coreanas, que há semanas
mantêm uma estreita vigilância sobre Coreia do Norte devido às repetidas ameaças
do regime de Kim Jong-un, não detectaram nas últimas horas ações de relevância
no país vizinho, disse uma fonte militar à agência local Yonhap. Segundo o
governo de Seul, não houve nenhum movimento incomum das tropas da Coreia do
Norte depois que o país comunista anunciou, horas atrás, ter entrado em "estado de guerra" contra os sul-coreanos, em um novo
episódio de sua recente campanha de provocações belicistas.
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O Ministério da Defesa de Seul emitiu um comunicado no qual denunciou a "ofensiva" retórica norte-coreana como uma série de "ameaças inaceitáveis" que "prejudicam a paz e a estabilidade na península de Coreia" e reiterou seu compromisso de responder com dureza a um hipotético ataque do vizinho.
"Nosso Exército mantém uma completa preparação para não deixar pontos cegos na proteção da vida e a integridade dos cidadãos" da Coreia do Sul, expôs a Defesa no comunicado. Por sua vez o Ministério da Unificação sul-coreano, encarregado das relações com o Norte, minimizou a importância do anúncio norte-coreano, que situou como parte da recente campanha de ameaças verbais do país comunista.
Conflito – Na manhã deste sábado,
no horário local (fim de noite de sexta em Brasília), a Coreia do Norte reforçou
sua retórica beligerante e provocativa das últimas semanas ao anunciar que o
país entrou no que chamou de "estado de guerra" com a Coreia do Sul. Os vizinhos
estão tecnicamente em guerra desde 1953 pois o conflito entre as duas nações foi
encerrada por meio de um armistício e não de um tratado de paz. Há três semanas,
o regime norte-coreano já havia anunciado que considerava nulo o cessar-fogo com o país vizinho.
O anúncio norte-coreano, no entanto, não deve representar nenhuma mudança substancial no cenário regional. Na opinião de analistas e do próprio governo da Coreia do Sul, trata-se de mais uma manobra do regime de Pyongyang que adota um discurso belicista apostando em efeitos psicológicos, como ressaltou um representante do Ministério da Defesa sul-coreano. "Acreditamos que ao revelar (o "estado de guerra") à imprensa e divulgá-lo pelo mundo, a Coreia do Norte esteja jogando psicologicamente", afirmou o porta-voz do ministério, Kim Min-seok.
O mais provável, acreditam os Estados Unidos, é que o jovem ditador Kim Jong-un, que herdou o governo há pouco mais de um ano, busque com a guerra de palavras se firmar no comando do país e mostrar sua capacidade de liderança à cúpula das Forças Armadas. "Estamos convencidos de que Kim está solidificando sua posição junto a seu próprio povo e aos militares, que ainda não o conhecem", disse um alto funcionário do governo Barack Obama ao jornal The New York Times. Segundo a fonte, cuja identidade não foi revelada, a Casa Branca está preocupada com o que virá pela frente, mas não com o que o governante norte-coreano ameaça fazer.
Desde o início de março, quando a ONU adotou sanções contra a Coreia do Norte por causa
da realização de um novo teste nuclear no mês anterior, o governo norte-coreano
vem aumentando sua retórica belicista. Em meio ao aumento da tensão na península
coreana, o regime de Kim Jong-un já ameaçou fazer um "ataque nuclear preventivo" aos EUA, anulou o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia e
prometeu atacar alvos americanos na Ásia.
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