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Coreia do Norte fecha corredor militar para a Coreia do Sul


'Em uma situação na qual uma guerra pode explodir a qualquer momento, não há necessidade de manter comunicações militares', disse oficial norte-coreano

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Soldado norte-coreano observa o sul enquanto patrulha a vila de Panmunjeom, na zona desmilitarizada da fronteira entre as Coreias, nesta terça-feira (19)
Soldado norte-coreano observa o sul enquanto patrulha a vila de Panmunjeom, na zona desmilitarizada da fronteira entre as Coreias, nesta terça-feira (19) - Lee Jae-Won/Reuters

Em mais uma manobra de sua recente campanha de ameaças contra a Coreia do Sul e os Estados Unidos, a Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira que fechará o corredor militar que liga o país à Coreia do Sul, a única via de contato restante entre as duas nações depois que Pyongyang suspendeu há duas semanas a comunicação na via civil. Desde o início do mês, após a ONU aumentar as sanções à Coreia do Norte em represália à realização de um novo teste nuclear, o regime comunista faz quase diariamente declarações hostis ao país vizinho e ameaça atacar os EUA, principal aliado sul-coreano.


"A partir de agora, serão cortadas as comunicações militares entre o Norte e o Sul", assegurou a agência estatal norte-coreana KCNA citando um oficial do Exército. Segundo a agência, esse alto funcionário militar explicou que "em uma situação na qual uma guerra pode explodir a qualquer momento, não há necessidade de manter as comunicações militares" entre as duas nações vizinhas – semana passada, o jornal do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte falou em uma "guerra iminente" na região.

O oficial especificou que a linha permanecerá fechada enquanto a Coreia do Sul "continuar com seus anacrônicos atos hostis", em uma aparente referência aos exercícios militares conjuntos das Forças Armadas sul-coreanas e americanas, realizados em território da Coreia do Sul. A via é usada principalmente para o trânsito de operários sul-coreanos que trabalham no complexo industrial da cidade de Kaesong, criado com apoio do governo de Seul.


A tensão na península coreana aumentou após Pyongyang realizar um teste nuclear em fevereiro deste ano, o terceiro da história norte-coreana. A ONU ampliou as sanções contra o país, que passou a fazer ameaças a Washington e Seul. Desde então, o governo de Kim Jong-un ameaçou fazer um "ataque nuclear preventivo" aos EUA, considerou nulo o armistício que suspendeu a Guerra da Coreia (1950-1953), colocou mísseis em "posição de combate" e prometeu atacar alvos americanos na Ásia em resposta ao voo de bombardeiros B-52 próximo a seu espaço aéreo.

Especialistas duvidam que a Coreia do Norte tenha capacidade de atingir a área continental dos Estados Unidos, mas as bases americanas no Japão e na ilha de Guam, na Oceania, estão dentro da área de alcance das armas convencionais de Pyongyang. Diante do discurso norte-coreano, os EUA afirmaram recentemente que têm totais condições de proteger o seu território e o de seus aliados na Ásia e, nesta terça-feira, disseram estar prontos para responder a “qualquer contingência” militar.
Réplica de mísseis norte-coreanos Scud-B
Com a assistência técnica da China, a Coreia do Norte começa a trabalhar no desenvolvimento de mísseis balísticos de curto alcance, baseados na tecnologia do míssil soviético Scud, que, por sua vez, é derivado de um foguete alemão V2, usado na Segunda Guerra Mundial.

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