Dilma diz ser contra combate à inflação com redução do crescimento
Declarações da presidente em evento na África reduziram apostas de elevação da Selic - taxa básica de juros da economia
DURBAN - A presidente Dilma Rousseff voltou a reforçar o discurso de que é possível manter a inflação controlada e crescer. "Não acredito em políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico", disse. As declarações da presidente, que está na África do Sul em encontro de chefes de Estado dos Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, reduziram as apostas de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. As taxas futuras, que já caíam desde a abertura do mercado, acentuaram o movimento imediatamente após as palavras da presidente.
"Esse receituário que quer matar o doente, em vez de curar a doença é complicado. Vou acabar com o crescimento no país? Isso está datado. Isso eu acho que é uma política superada", disse a presidente em entrevista à imprensa brasileira, em Durban.
"Isso não significa que o governo não está atento. Não só estamos atentos, como acompanhamos dioturnamente a questão da inflação. Não achamos que a inflação está fora de controle. Pelo contrário, ela está controlada. O que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos."
A presidente disse que, geralmente, nas questões específicas de inflação, deixa o assunto para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas que adiantaria "algumas questões".
"Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico. Até porque temos a contraprova dada pela realidade. Tivemos um baixo crescimento no ano passado e houve um aumento de inflação, porque teve um choque de oferta devido à crise, e um dos fatores é externo. Não tem nada que possamos fazer a não ser expandir a nossa produção para conter o aumento dos preços das commodities derivado da quebra de safra nos Estados Unidos."
Ela então aproveitou para criticar os analistas que pensam diferente. "São sempre as mesmas vozes, você não ouviu isso do governo (que seria preciso reduzir o crescimento para combater a inflação). Não achamos que há essa relação."
Com relação à eventual necessidade de se aumentar a taxa de desemprego para reduzir a inflação, ela disse que o problema do pleno emprego será resolvido com aumento da capacitação. "Você vai resolver, não é reduzindo o crescimento. Nós temos uma demanda grande por emprego mais especializado, de maior qualidade, e temos uma sobra de emprego menos especializados. Estamos fazendo junto com o setor privado, um grande programa de especialização."
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"Isso não significa que o governo não está atento. Não só estamos atentos, como acompanhamos dioturnamente a questão da inflação. Não achamos que a inflação está fora de controle. Pelo contrário, ela está controlada. O que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos."
A presidente disse que, geralmente, nas questões específicas de inflação, deixa o assunto para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas que adiantaria "algumas questões".
"Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a redução do crescimento econômico. Até porque temos a contraprova dada pela realidade. Tivemos um baixo crescimento no ano passado e houve um aumento de inflação, porque teve um choque de oferta devido à crise, e um dos fatores é externo. Não tem nada que possamos fazer a não ser expandir a nossa produção para conter o aumento dos preços das commodities derivado da quebra de safra nos Estados Unidos."
Ela então aproveitou para criticar os analistas que pensam diferente. "São sempre as mesmas vozes, você não ouviu isso do governo (que seria preciso reduzir o crescimento para combater a inflação). Não achamos que há essa relação."
Com relação à eventual necessidade de se aumentar a taxa de desemprego para reduzir a inflação, ela disse que o problema do pleno emprego será resolvido com aumento da capacitação. "Você vai resolver, não é reduzindo o crescimento. Nós temos uma demanda grande por emprego mais especializado, de maior qualidade, e temos uma sobra de emprego menos especializados. Estamos fazendo junto com o setor privado, um grande programa de especialização."
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