A Operação Lava-Jato está sob risco? NÃO!!! Isso não passa de delírio!
Imprensa é acometida as SOC — Síndrome Olavo de Carvalho — e passa a ver conspirações onde não há. Extrema esquerda delirante e extrema direita fascistoide se juntam na fantasia
O que Romero Jucá pode fazer contra a Lava-Jato?
Resposta: nada!
Resposta: nada!
O que o Renan Calheiros pode fazer contra a Lava-Jato?
Resposta: nada!
Resposta: nada!
O que José Sarney pode fazer contra a Lava-Jato?
Resposta: nada!
Resposta: nada!
O que Fabiano Silveira, ministro da Transparência, pode fazer contra a Lava-Jato?
Resposta: nada!
Resposta: nada!
Vamos subir de patamar: o que Michel Temer pode fazer contra a Lava-Jato?
Resposta: nada!
Resposta: nada!
E por que, então, se diz, se anuncia, se assevera e se tenta provar a existência de um grande complô contra a Lava-Jato?
Resposta: trata-se de uma espécie de alucinação coletiva, induzida pelo vazamento de gravações que só provam que Jucá, Renan, Sarney, Silveira ou Temer nada podem fazer contra a Lava-Jato!!!
A imprensa brasileira está contaminada por uma doença grave chamada SOC — Síndrome Olavo de Carvalho. Os acometidos dessa doença apontam conspirações as mais rocambolescas. E a prova maior de que estão em curso é não haver prova nenhuma.
A gente tem de se responsável nessas coisas. Se todas essas pessoas atuaram para atrapalhar a Lava-Jato, então cometeram tentativas — ou atos mesmo! — de obstrução da investigação e da Justiça. Se é assim, elas todas precisam ser denunciadas pelo Ministério Público, não? As que tiverem foro especial têm de ser levadas ao Supremo; as outras cairão justamente na Vara de Sergio Moro.
Bola no chão
Vamos botar a bola no chão. Isso tudo que se diz ser um complô contra a operação está em gravações feitas por Sergio Machado em que, nitidamente, ele induz os interlocutores, na base da amizade e do coleguismo, a lhe prestar solidariedade e a lhe oferecer ajuda — às vezes, sob ameaças nada sutis.
Vamos botar a bola no chão. Isso tudo que se diz ser um complô contra a operação está em gravações feitas por Sergio Machado em que, nitidamente, ele induz os interlocutores, na base da amizade e do coleguismo, a lhe prestar solidariedade e a lhe oferecer ajuda — às vezes, sob ameaças nada sutis.
Imaginem se um dos interlocutores dissesse a Machado algo como: “Ora, fique tranquilo, quando Temer for presidente, eu falo com ele para a gente limpar a sua barra”. Cumpre indagar: tal fala seria um crime? Não! Temer teria necessariamente algo a ver com isso? Não! Afirmar que vai falar com o presidente é sinônimo de ter falado com o presidente? Não. Mas isso ainda é pouco.
Alguém conseguiria abafar a Lava-Jato sem a conivência de Rodrigo Janot?
Alguém conseguiria abafar a Lava-Jato sem a conivência do juiz Sergio Moro?
Alguém conseguiria abafar a Lava-Jato sem a conivência dos procuradores?
Alguém conseguiria abafar a Lava-Jato sem a conivência dos delegados da PF que estão na operação?
Essa conversa só está servindo para alimentar as teorias conspiratórias da extrema direita retoricamente hidrófoba, à moda Olavo de Carvalho, e da extrema esquerda brucutu, que agora estão unidas da crítica ao impeachment. Olavo, o guru do golpismo militar, virou ídolo dos comunas e dos petistas… É evidente que todos eles se merecem.
Qual é a origem dessa conversa?
Vamos chamar as coisas pelo nome? É claro que o senhor Sérgio Machado foi instruído pela Lava-Jato a gravar suas conversas para produzir provas. Havia e há, sim, na operação pessoas que temiam uma eventual tentativa do novo governo de interferir na investigação. Os vazamentos das conversas de Machado, com falas tão precisas e com endereço certo, são uma espécie de vacina contra o inexistente espírito interventor.
Vamos chamar as coisas pelo nome? É claro que o senhor Sérgio Machado foi instruído pela Lava-Jato a gravar suas conversas para produzir provas. Havia e há, sim, na operação pessoas que temiam uma eventual tentativa do novo governo de interferir na investigação. Os vazamentos das conversas de Machado, com falas tão precisas e com endereço certo, são uma espécie de vacina contra o inexistente espírito interventor.
Qualquer um com um mínimo de conhecimento sabe que não há nem intenção de crime naqueles bate-papos. Nada! O procurador mais imaginoso não teria e não terá o que fazer com eles. A divulgação foi só um esforço adicional — e, a meu ver, desnecessária — para blindar a operação. Quem quer que tenha optado por isso cometeu um erro.
É evidente que isso lança uma sombra de suspeição sobre o novo governo, que se dá a partir do nada. Os petistas, claro!, estão embarcando na onda, como se isso lhes fosse favorável, o que também é falso. Serve apenas para jogar a política ainda mais no descrédito, para aumentar o clima de suspeição e retardar a estabilidade.
Sem dúvida, a Lava-Jato fica ainda mais forte, ainda mais intocável, ainda mais acima das vicissitudes. Só não pode ir para a estratosfera, onde se torne imune até às regras do jogo, não é mesmo?
Rodrigo Janot e os demais procuradores, em particular o sempre loquaz Deltan Dalagnol, estão obrigados a vir a público assegurar que ninguém está tentando meter a mão grande na operação — até porque não está. Essa ação preventiva de blindagem foi longe demais e lançou no mercado político uma ameaça que simplesmente inexiste.
Não é o triunfo da lei que queremos? Pois, então, que seja seguida. A tal SOC — Síndrome Olavo de Carvalho — é uma séria doença do espírito. Depois que acomete o sujeito, só vai embora com exorcismo…
Sai, capeta! Vamos tratar de coisas deste mundo!
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