'Líder profundamente impopular': noticiário internacional repercute afastamento de Dilma
Decisão do Senado foi destaque em alguns dos principais veículos de comunicação do mundo
O jornal americano The New York Times se referiu a Dilma como "uma líder profundamente impopular" que provocou "a raiva pública generalizada de um sistema corrupto e uma economia maltratada". A publicação lembrou que o país passará a ser governado pelo vice-presidente, Michel Temer, "que tem sido acusado por violar limites de financiamento de campanha e agora estará sobre enorme pressão política para conter a pior crise política do Brasil em décadas". O texto ainda ressalta que a crise política brasileira acontece "enquanto o país luta para conter a propagação do Zika vírus e apenas a meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro". Já a emissora CNN considera que o processo de impeachment de Dilma "não será totalmente calmo", já que seus apoiadores "se comprometeram a tomar as ruas em retaliação, garantindo uma longa e potencialmente confusa batalha pela frente".
O jornal britânico The Guardian ressaltou que Dilma foi a primeira mulher a se tornar presidente do Brasil e que a sua popularidade "despencou junto com a economia". A publicação lembrou que seu afastamento acontece "a menos da metade do fim de seu mandato" e "coloca problemas econômicos, paralisia política e alegadas irregularidades fiscais à frente dos 54 milhões de votos que a puseram no cargo". O texto ainda afirma que muitos dos senadores que vão julgá-la "são acusados de crimes ainda mais graves" e que o "impeachment é mais político do que jurídico".
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O Le Monde, da França, lembrou que "a impopular presidente acusou diversas vezes o seu vice-presidente de um golpe de Estado", afirmando que Temer se tornou "um adversário da presidente desde março", com o fim da coalizão entre PMDB e PT. Já o espanhol El País chamou a votação do Senado desta quarta-feira de "histórica" e afirmou que Dilma deve sair do Palácio do Planalto pela porta principal, "um gesto explícito que quer dizer que ela acata mas não aprova a decisão".
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