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'Líder profundamente impopular': noticiário internacional repercute afastamento de Dilma

Decisão do Senado foi destaque em alguns dos principais veículos de comunicação do mundo

Jornal americano 'The New York Times' repercute afastamento da presidente Dilma Rousseff
Jornal americano 'The New York Times' repercute afastamento da presidente Dilma Rousseff(Reprodução/VEJA)
O Senado Federal brasileiro aprovou, na manhã desta quinta-feira, o afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência da República. A notícia teve forte repercussão no noticiário internacional, que há semanas vem dando destaque ao processo de impeachment da petista.
O jornal americano The New York Times se referiu a Dilma como "uma líder profundamente impopular" que provocou "a raiva pública generalizada de um sistema corrupto e uma economia maltratada". A publicação lembrou que o país passará a ser governado pelo vice-presidente, Michel Temer, "que tem sido acusado por violar limites de financiamento de campanha e agora estará sobre enorme pressão política para conter a pior crise política do Brasil em décadas". O texto ainda ressalta que a crise política brasileira acontece "enquanto o país luta para conter a propagação do Zika vírus e apenas a meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro". Já a emissora CNN considera que o processo de impeachment de Dilma "não será totalmente calmo", já que seus apoiadores "se comprometeram a tomar as ruas em retaliação, garantindo uma longa e potencialmente confusa batalha pela frente".
O jornal britânico The Guardian ressaltou que Dilma foi a primeira mulher a se tornar presidente do Brasil e que a sua popularidade "despencou junto com a economia". A publicação lembrou que seu afastamento acontece "a menos da metade do fim de seu mandato" e "coloca problemas econômicos, paralisia política e alegadas irregularidades fiscais à frente dos 54 milhões de votos que a puseram no cargo". O texto ainda afirma que muitos dos senadores que vão julgá-la "são acusados de crimes ainda mais graves" e que o "impeachment é mais político do que jurídico".
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Ainda na Grã-Bretanha, o jornal Financial Times afirmou que "é provável que Dilma perca o seu eventual julgamento" e que, se isso acontecer, a presidente deixará o cargo a dois anos e sete meses do fim de seu mandato. "Isso também dará fim a 13 anos de governo de seu partido de esquerda, o PT, o mais recente movimento para o centro na política da América do Sul, que vive o fim de seu boom econômico". A publicação também faz um questionamento sobre Michel Temer: "Cerimonioso e de fala mansa, com reputação de ser como uma esfinge, o advogado de 75 anos terá de lidar com três crises simultâneas. Ele estará à altura desta tarefa?", diz o texto, referindo-se às crises econômica, ética e política.
O Le Monde, da França, lembrou que "a impopular presidente acusou diversas vezes o seu vice-presidente de um golpe de Estado", afirmando que Temer se tornou "um adversário da presidente desde março", com o fim da coalizão entre PMDB e PT. Já o espanhol El País chamou a votação do Senado desta quarta-feira de "histórica" e afirmou que Dilma deve sair do Palácio do Planalto pela porta principal, "um gesto explícito que quer dizer que ela acata mas não aprova a decisão".

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