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De aliado a adversário, deputado atira contra presidente da Câmara: 'Honre as calças que veste. Seja homem'

Defensor de Dilma Rousseff, Silvio Costa protestou contra Waldir Maranhão e o chamou de "desmoralizado"

O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), durante sessão extraordinária em plenário - 17/05/2016
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), durante sessão extraordinária em plenário - Agência Brasil)
Um dia depois de ser alvo de uma rebelião por parte deputados do DEM e do PSDB, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), se ausentou nesta quarta-feira dos trabalhos em plenário - mas mesmo assim não foi poupado dos ataques. Dessa vez, o tiroteio partiu daquele que até ontem defendia a legitimidade de Maranhão para comandar a Casa e que articulou, ao lado dele, a tentativa atrapalhada de anular o impeachment de Dilma Rousseff. Irritado com Maranhão, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) esbravejou em plenário: "Honre as calças que veste. Seja homem".
Costa apontou para um suposto acordo feito entre ele e aliados do presidente interino Michel Temer para permanecer no comando da Câmara. Maranhão é vice-presidente da Casa e assumiu o posto após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele, no entanto, passou a ser alvo de uma série de investidas de aliados de Temer após tentar barrar o impeachment de Dilma. Sem encontrar saídas regimentais para afastar o novo presidente do cargo, deputados do chamado "centrão" agora tentam, em acordo, esvaziar as suas funções: ele continua na presidência, mas os trabalhos são conduzidos por outro membro da Mesa Diretora. Na terça, a função coube ao segundo vice-presidente, deputado Giacobo (PR-PR).
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"Ele me jurou de pé junto que iria presidir a sessão", desabafou Silvio Costa, um dos principais defensores de Dilma no Congresso. Para evitar a "fuga" de Maranhão, que tem se mantido recluso na Câmara, o deputado passou o dia monitorando o presidente. Mas ainda assim acabou driblado. "Teve uma hora que eu saí e o homem partiu. Fui tomar um café, ele foi embora", narrou.
"Waldir Maranhão, eu serei seu aliado enquanto você for homem e assumir a sua postura de homem. Eu não posso apoiar gente desmoralizada, você tem que presidir a sessão. Esse homem foi pra casa, deve estar me ouvindo agora pela TV Câmara. Vou olhar no seu olho, Waldir. Você é desmoralizado. Não honra esta Casa. Honre as calças que veste. Seja homem, Waldir", discursou Silvio Costa. A assessoria de Maranhão justificou a ausência informando que ele teve um compromisso "reservado".
Nos bastidores, o receio ao redor de Maranhão é justamente a sua facilidade de flutuar por todos os lados e articular, ao mesmo tempo, com aliados de Dilma e de Temer. Nesta quarta, aliados do presidente interino mudaram o discurso e agora prometem um "cessar-fogo" para Waldir Maranhão. Ele foi indicado à vice-presidência por Eduardo Cunha. Deputados rivais afirmam que, mesmo afastado, Cunha seguirá comandando a Câmara enquanto Maranhão estiver no posto.

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