Temer bate na mesa e diz que sabe o que fazer no governo: 'Eu tratava com bandidos'
Presidente interino também afirmou que é vítima de uma série de "agressões psicológicas para amedrontar o governo"
"As pessoas estão acostumadas a quem está no governo não poder voltar atrás, se errou tem que ter compromisso com o erro. Nós somos como JK [Juscelino Kubitschek], não temos compromisso com equívoco. Portanto quando houver algum equívoco, nós reveremos este fato. De modo que... Eu vi aqui, 'ah, bom, mas o Temer está muito frágil, coitadinho, não sabe governar...' Conversa! Eu fui secretário da Segurança Pública duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos. Então eu sei o que fazer no governo e saberei como conduzir", disse o presidente. "Agora, meus caros, quando eu perceber que houve um equívoco na fala e na condução do governo, eu reverei essa posição. Não tem essa coisa de não errei, não aceito errar. Posso errar, não tem problema nenhum em errar, mas, se o fizer, consertá-lo-ei."
A fala de Temer ocorreu um dia depois de exonerar o ministro do Planejamento, Romero Jucá, que conversou sobre estancar a Operação Lava Jato com o ex-dirigente da Transpetro Sérgio Machado. Jucá foi a primeira baixa do governo interino depois de apenas doze dias. Ele reassume nesta terça o mandato de senador por Roraima.
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No discurso, Temer também afirmou que é vítima de uma série de "agressões psicológicas para amedrontar o governo", mas que "vai cuidar do país". Na véspera, quando pisou pela primeira vez no Congresso, parlamentares do PT o receberam com gritos de "golpista". No fim de semana, movimentos sociais ligados ao partido haviam ocupado a vizinhança da casa dele em São Paulo. "Não temos que dar atenção a isso, temos que cuidar do país. Aqueles que quiserem esbravejar façam-no o quanto quiserem, mas pela via legal e democrática."
Ele disse que respeita a oposição, mas o clima no país mostra que "todos querem testar as instituições nacionais" e atualmente não permite adiamento nas votações de matérias econômicas no Congresso Nacional, como a revisão da meta fiscal.
"Isso revela, aos olhos de quem vê o país como uma finalidade, e não um governo ou um partido político, a absoluta discordância de uma tranquilidade institucional no país", afirmou. "Não podemos permitir a guerra entre os brasileiros, a disputa quase física."
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