Pular para o conteúdo principal

Moro cobra postura mais ativa do governo contra corrupção: 'Não interferir é obrigação'

Juiz federal afirmou que as reiteradas declarações do governo de que não vai interferir na Justiça são insuficientes

Juiz Sergio Moro participa do Fórum Veja - "O Brasil que temos e o Brasil que queremos ter"
Juiz Sergio Moro participa do Fórum Veja - "O Brasil que temos e o Brasil que queremos ter" - 23/05/2016(Heitor Feitosa/VEJA.com)
O juiz federal Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba, afirmou nesta segunda-feira, durante o Fórum VEJA, que o governo precisa tomar um posicionamento mais assertivo no combate à corrupção, propondo medidas que endureçam as penas por crimes do gênero e destravem os processos no Judiciário.
"É necessário que o governo tenha uma postura mais propositiva. Dizer que não vai interferir é obrigação. Existem iniciativas que dependem do governo, inclusive leis que podem ser aprovadas com o seu incentivo", afirmou.
LEIA TAMBÉM:
O juiz afirmou ver como insuficiente as reiteradas declarações do governo de que não vai interferir na Justiça. "Muitas vezes eu ouvia no governo anterior, que ele não interferiria na Justiça. Mas é claro", afirmou. Moro citou a campanha do Ministério Público Federal, das dez medidas contra a corrupção, como um exemplo de "iniciativa mais propositiva". "A atitude mais firme do Judiciário, esse repúdio consensual contra as práticas de corrupção, é preciso que isso se institucionalize, que se transforme em costumes mais duradouros para que resolvamos os problemas atuais e consigamos diminui-lo no futuro", disse Moro. "A corrupção sistêmica tem um custo enorme para o país", resumiu o magistrado.
Moro também afirmou que é um "equívoco" pensar a corrupção em termos político partidários. Segundo ele, as suas decisões são baseadas apenas nos fatos e nas provas, "seja qual for a cor partidária". O ministro do STF Luis Roberto Barroso, que também participava da mesa de debates, completou o argumento dizendo que não existe a corrupção "dos nossos e dos deles". "A corrupção é um mal em si que não pode ser politizado", disse Barroso.
Lado a lado durante o debate, Barroso afirmou que Moro e o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa não seriam considerados "heróis nacionais" se "punir corruptos fosse regra" no Brasil. Moro, por sua vez, aproveitou a ocasião para elogiar a atuação do STF, dizendo que a corte tem o "mérito" pelo trabalho que tem realizado até agora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.