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Ações da Eletrobras são suspensas nos EUA; governo estuda venda de ativos

Suspensão da negociação dos papéis na Bolsa de Nova York pode abrir caminho para que credores cobrem antecipadamente dívidas da companhia

Fachada da Eletrobras, no centro do Rio de Janeiro
Eletrobras tinha até esta quarta-feira para entregar seus balanços auditados de 2014 e 2015
A Bolsa de Nova York suspendeu nesta quarta-feira a negociação das ADRs, também conhecidas como recibos de ações, da Eletrobras. A decisão ocorre após a estatal comunicar, na véspera, que não entregaria às autoridades dos Estados Unidos os balanços de 2014 e 2015 auditados. O governo pretende recorrer da decisão.
A retirada da Eletrobras da lista das empresas com papéis negociados na Bolsa de Valores de Nova York com o aval da SEC, o órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, é um dos problemas mais imediatos para a nova equipe econômica do governo do presidente interino Michel Temer. A suspensão cria o risco de, na prática, os credores da estatal cobrarem antecipadamente dívidas da companhia.
Nesta quarta-feira, antes do anúncio da suspensão, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, informou que o governo federal avalia a venda de ativos da Eletrobras. O assunto deverá ser tratado em conjunto entre os ministérios do Planejamento e de Minas e Energia e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco.
"Há convencimento da necessidade de desmobilização de alguns ativos da Eletrobras, mas tudo isso será feito em conjunto com o ministro Moreira Franco, com o ministro do Planejamento", disse Coelho Filho, após participar de evento do setor elétrico no Rio de Janeiro.
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A Eletrobras ainda deve entrar na quinta-feira com recurso contra a suspensão da empresa na Bolsa de Nova York. "A Eletrobras deve apresentar recurso na bolsa de Nova York e esse recurso deve levar de dois a três meses para julgamento. Nesse período faremos todo esforço possível para que investigação possa ser concluída e dê conforto para a auditoria independente assinar o balanço e, no recurso pleiteado, poder voltar com as negociações antes do processo de deslistamento (da bolsa)", afirmou Filho.
A auditoria responsável por analisar as contas da empresa resiste a liberar o documento antes da conclusão das investigações de corrupção na empresa, relacionadas à Operação Lava Jato. A empresa ainda não apresentou o balanço financeiro de 2014 auditado e, por isso, não entregou o Formulário 20F na bolsa americana. A situação se repete em relação também aos resultados de 2015, mas os prazos ainda estão vigentes.
Durante o primeiro pronunciamento ao público do setor, o ministro classificou a situação da empresa como '"gravíssima" e indicou que uma solução "não depende só do ministério", mas que ele vai conduzir um debate sobre a situação no governo.

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