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Erradicar pobreza no Brasil exigiria mais R$ 25 bi por ano, diz OIT

Entre países emergentes, país é o sexto que mais teria de gastar; de acordo com a organização; valor é o equivalente a uma Copa do Mundo por ano

Menino come um pedaço de pão na favela Cidade de Deus. A desigualdade social continua sendo um problema sério no Brasil
Valor total seria equivalente ao que Tribunal de Contas da União estimou ter sido gasto no Mundial de 2014, de 25 bilhões de reais(Felipe Dana / AP/VEJA)
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o Brasil precisa de 7,2 bilhões de dólares, (aproximadamente 25 bilhões de reais) extras por ano para acabar com a pobreza no país até 2030, o ano estabelecido pela ONU para que os governos atinjam a meta. O valor é o equivalente a uma Copa do Mundo por ano e os dados fazem parte de um levantamento inédito.
Em 15 anos, o mundo precisaria de 10 trilhões de dólares para erradicar a miséria, cerca de 600 bilhões de dólares por ano. De forma global, os valores representam apenas 0,8% do planeta. Mas a OIT estima que esse dinheiro não tem como ser levantado e que a única forma de garantir o combate à pobreza é a geração de empregos e a preservação dos direitos sociais.
Em termos absolutos, o Brasil é o sexto que mais teria de gastar entre os países emergentes. A Índia precisaria de aportes extras de 61 bilhões de dólares; a China, 37 bilhões de dólares; Nigéria, 36 bilhões de dólares; Etiópia, 10,7 bilhões de dólares; e Indonésia, 10,2 bilhões de dólares.
Num informe publicado ontem, a OIT alerta para o fato de que os avanços sociais obtidos nos últimos anos foram desfeitos ou anulados em diversos países do mundo. "A pobreza relativa nos países em desenvolvimento está aumentando", declarou a entidade.
"Em 1990, 47% da população mundial vivia com menos de 1,90 dólar por dia. Em 2012, essa taxa caiu para 15%", disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT. "Mas o progresso é frágil e se os avanços foram reais na China e na América Latina, ainda temos 40% dos africanos em situação de pobreza. E, nos países ricos, a pobreza também aumentou", disse. "Hoje, o desemprego aumenta e a pobreza tende a se perpetuar. No planeta, 30% da população é responsável por apenas 2% da renda", alertou.
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Copa - No caso do Brasil, o país tiraria todos da pobreza com mais 0,3% do PIB por ano em gastos sociais. Isso garantiria que todos no país teriam uma renda acima de 3,1 dólares por dia, o nível que estabelece a fronteira da pobreza, segundo os organismos internacionais. O valor total seria o equivalente ao que o Tribunal de Contas da União estimou ter sido gasto no Mundial de 2014, de 25 bilhões de reais.
Para a OIT, o combate à pobreza promete ser um dos principais desafios nos próximos anos no Brasil, com uma recessão profunda. A entidade acredita que a taxa de desemprego, de cerca de 11%, deve aumentar ainda mais até o final do ano antes de começar a regredir.
Diante dos números e da situação do país, a OIT pediu que a nova equipe econômica de Michel Temer não "desmantele" os programas sociais criados no Brasil nos últimos 20 anos. Para Ryder, instrumentos como o Bolsa Família e outros mecanismos que garantem "dinheiro no bolso dos mais pobres é a melhor forma de tirar a economia do buraco que se encontra hoje".
(Com Estadão Conteúdo)

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