BC tem nove bancos sob 'acompanhamento especial', mostra documento
Entre as instituição que são monitoradas com lupa pela autoridade monetária estão Banif, Máxima, Ficsa, BPN Brasil e Pan
O monitoramento mais acurado reflete a preocupação do BC de que excessiva alavancagem, perdas recorrentes, dificuldade de venda de ativos e riscos reputacionais poderiam eventualmente ameaçar a estabilidade das instituições financeiras. A lista também inclui o BTG Pactual, na esteira dos fortes resgates que o banco sofreu após a prisão em novembro do então controlador e presidente do grupo André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato. Esteves foi solto e o banco tem implementado um programa de recuperação.
As instituições sob acompanhamento especial têm pouca ou nenhuma presença no varejo bancário e têm atuação concentrada em nichos como financiamento imobiliário, crédito consignado e voltado a pequenas e médias empresas. Ainda assim, o monitoramento reflete a determinação do BC em manter o sistema bancário brasileiro bem capitalizado, enquanto a pior recessão econômica no país em décadas restringe o crédito e eleva a inadimplência.
A maioria dos bancos citados no documento confirmou que tem mantido contato com o BC, endereçando as preocupações da autoridade monetária e fortalecendo seus balanços através da venda de ativos, aperfeiçoando as práticas de crédito ou, em última instância, avaliando a venda do banco.
Estar sob acompanhamento especial pelo BC não significa necessariamente que a solvência do banco está em questão, de acordo com um ex-integrante do BC familiarizado com o sistema de supervisão. A própria apresentação do BC traz três níveis distintos de preocupação, sob as cores amarela, laranja e vermelha, sem especificar os critérios de cada categoria.
O ex-integrante do BC, que falou sob condição de anonimato, disse que o fato de o número de instituições na lista passar "de meia dúzia" é um sinal de atenção. "Sempre há bancos em observação e é de se esperar que durante a recessão econômica a lista aumente", acrescentou ele. "A possibilidade de sair da lista com mais facilidade depende também da economia."
Juntas, as instituições acompanhadas mais de perto pelo BC possuem apenas 2,6% do estoque de crédito do sistema financeiro nacional, com base em dados de dezembro.
Mesmo com o tombo de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, o sistema bancário do país permanece robusto. Os 130 bancos brasileiros viram a média do seu retorno sobre o patrimônio líquido aumentar para 15,4% no ano passado, contra 13% em 2014.
Procurado, o BC disse que não se pronuncia publicamente sobre a situação de bancos "em razão do sigilo e em linha com padrão de governança que segue
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