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Procuradoria do Peru pede prisão de 2º ex-presidente por caso Odebrecht

Os pagamentos teriam sido feitos pela construtora brasileira Odebrecht. O casal nega as acusações.
Cris Bouroncle - 22.mai.2017/AFP
O ex-presidente do Peru Ollanta Humala concede entrevista coletiva em maio passado em Lima
O ex-presidente do Peru Ollanta Humala concede entrevista coletiva em maio passado em Lima
Humala é o segundo ex-presidente do Peru a ter a prisão preventiva pedida —o primeiro foi Alejandro Toledo (2001-2006), que está nos EUA e é considerado foragido pela Justiça peruana.
Humala e Heredia devem se apresentar nesta quarta (12) para se defender diante do juiz Richard Concepción Carhuancho. Se ele decidir acolher o pedido da Procuradoria, o casal será levado imediatamente a um centro de detenção e ali deverá permanecer por ao menos 18 meses.
Caso isso ocorra, será o primeiro ex-mandatário da região a ir para a prisão, ainda que de forma preventiva, em consequência da Operação Lava-Jato. O pedido da Promotoria é que o casal fique detido por esse período para evitar que deixem o país durante as investigações.
Segundo informações entregues pela Odebrecht ao Departamento de Justiça dos EUA, a construtora brasileira teria pagado apenas no Peru, entre 2005 e 2014, mais de US$ 20 milhões, entre caixa dois e subornos.
O pedido de prisão preventiva foi feito a partir da delação de Marcelo Odebrecht, que afirmou ter pagado US$ 3 milhões para a campanha de Humala em 2011.
Os demais pagamentos da construtora no Brasil abrangem, além dos mandatos de Toledo e Humala, o de outro ex-presidente, Alan García (2006-2011), ainda não chamado a dar explicações pela Justiça peruana.
PPK E KEIKO
Enquanto isso, durante a tarde, o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, recebeu sua rival política, Keiko Fujimori, líder do partido Fuerza Popular e ex-candidata à Presidência derrotada nas últimas eleições.
A reunião foi pedida pela própria Fujimori, segundo sua assessoria, por conta da elevada tensão e "ambiente de crispação política" que vinha tomando conta do Congresso peruano, "colocando em risco a governabilidade do país".
PPK se disse otimista com a aproximação. "Me dá otimismo o tom dessa reunião, e estou certo de que trará frutos", afirmou, sem detalhar a conversa.
Desde o início desta gestão, que está prestes a completar seu primeiro ano, a convivência entre a maioria fujimorista (de 73 parlamentares) contra os apenas 18 governistas não tem sido boa, e vários projetos do Executivo vêm sendo barrados.
Além disso, os fujimoristas têm apresentado impedimentos para que sigam no cargo vários dos ministros escolhidos por PPK. Já foram afastados, por pressão do fujimorismo, os de Economia, de Educação e de Transporte. Agora, quem está na mira da Fuerza Popular é o ministro de Interior, Carlos Basombrío.
Investigado numa comissão interna do Legislativo, Basombrío responde —a pedido da presidente da Casa, a deputada Luz Salgado— pelo aumento da criminalidade nas grandes cidades. É possível que, caso suas respostas não agradem ao fujimorismo, Basombrío seja o quarto ministro a cair neste primeiro ano de gestão.
Além da maioria parlamentária, os fujimoristas jogam com a frágil aprovação popular de PPK, que acabou vencendo a eleição por pouco menos de 50 mil votos de diferença, depois de ampla campanha dos partidos de esquerda e de oposição ao fujimorismo, que não queriam ver essa força voltar ao poder após governar o país de forma autocrática por uma década, com o pai de Keiko, Alberto Fujimori (1990-2000) –ele está preso por corrupção e delitos de lesa humanidade, e ainda é réu em causas em andamento.
PPK pretende que a reunião destrave a aprovação de um orçamento proposto para um grande pacote de investimentos em infraestrutura e segurança. O ex-presidente Alan García também pediu publicamente que o encontro produza resultados.
O bloco fujimorista, por sua vez, tem deixado claro em suas manifestações por meio de Keiko e Kenji Fujimori —deputado mais votado da última eleição— que seu apoio às reformas passaria pela aceitação de PPK em analisar um pedido de indulto presidencial a seu pai.
Keiko e Kenji alegam que Fujimori, 78, deveria ser solto por razões humanitárias, pois sofre de câncer na garganta. Nas últimas semanas, houve marchas nas ruas de Lima de manifestantes contra o indulto.

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