Pular para o conteúdo principal

Renan, Jucá e Sarney não barraram investigações da Lava Jato, diz PF


Por iG São Paulo



Senador Romero Jucá foi flagrado em gravação telefônica dizendo que seria necessário "grande acordo nacional" para "estancar a sangria" da operação

Senadores Romero Jucá (à esq.) e Renan Calheiros (à dir.) eram suspeitos de tentar barrar a Lava Jato
Marcos Oliveira/Agência Senado
Senadores Romero Jucá (à esq.) e Renan Calheiros (à dir.) eram suspeitos de tentar barrar a Lava Jato
A Polícia Federal enviou nesta sexta-feira (21) ao STF (Supremo Tribunal Federal) um relatório no qual descartou a suposta tentativa dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL), e do ex-senador José Sarney (PMDB-AP) de atrapalhar as investigações no âmbito da Operação Lava Jato.
No relatório final da investigação enviado STF, a PF entendeu que as conversas gravadas entre os três políticos com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não configuraram crime de obstrução à Justiça no caso Lava Jato .
Renan, Jucá e Sarney respondem a um inquérito no qual são acusados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) pelo crime de embaraço à investigação, por tentarem barrar ou atrapalhar as ações de apuração por parte da força-tarefa da operação. Aberto em fevereiro, o inquérito contra os políticos têm como base o acordo de delação premiada de Sérgio Machado e conversas gravadas entre ele e os outros envolvidos.
Leia também: Operador confirma repasse de R$ 11,5 mi a Renan, Jader e Aníbal, do PMDB
As gravações foram divulgadas no ano passado, após a retirada do sigilo do conteúdo das delações de Machado. Em uma das conversas, Romero Jucá cita um suposto “acordo nacional” para “estancar a sangria”. Com a chegada do relatório do Supremo, caberá a PGR dar a palavra final sobre o arquivamento do processo, relatado pelo ministro Edson Fachin.

Nova força-tarefa

Nesta semana, a PGR autorizou a criação de uma força-tarefa para a operação em São Paulo. O anúncio ocorreu na quinta-feira (20), um dia depois de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot , declarar que o orçamento da operação para o ano que vem está “garantidíssimo”. A afirmação foi uma resposta à sua sucessora, Raquel Dodge, que havia questionado a PGR sobre uma eventual redução na verba em 2018.
A PGR informa que a força-tarefa recém-formada se diferencia da conhecida estrutura existente em Curitiba, visto que os procuradores de São Paulo não terão dedicação exclusiva à operação, acumulando seus demais procedimentos.
Leia também: Ministro Henrique Meirelles cochila durante discurso de Temer no Mercosul
No entanto, a constituição do novo grupo de trabalho da Lava Jato possibilitará que os membros atuem de maneira mais integrada e colaborativa, podendo haver mais de um procurador responsável por cada caso, agilizando, assim, o andamento dos trabalhos, visto que qualquer um deles pode participar de atos relacionados aos procedimentos.

* Com informações da Agência Brasil

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular