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Ex-presidente do Peru Ollanta Humala e sua mulher se entregam para cumprir prisão preventiva

Juiz decretou prisão preventiva de 18 meses para o casal por lavagem de dinheiro relacionada a doações irregulares de campanha da Odebrecht.

Por France Presse
 
O ex-presidente peruano Ollanta Humala (segundo, à direita) e sua mulher, Nadine Heredia, se entregam em Lima (Foto: Luka Gonzales / AFP Photo)O ex-presidente peruano Ollanta Humala (segundo, à direita) e sua mulher, Nadine Heredia, se entregam em Lima (Foto: Luka Gonzales / AFP Photo)
O ex-presidente peruano Ollanta Humala (segundo, à direita) e sua mulher, Nadine Heredia, se entregam em Lima (Foto: Luka Gonzales / AFP Photo)
O ex-presidente Ollanta Humala e sua mulher, Nadine Heredia, chegaram na noite desta quinta-feira (13) aoTribunal Penal Nacional, em Lima, para se entregar, após um juiz decretar 18 meses de prisão preventiva para o casal por lavagem de dinheiro relacionada a doações irregulares de campanha da Odebrecht.
Humala e sua mulher deixaram a residência da família no distrito de Surco, depois de ouvirem a decisão do juiz, e se dirigiram em um comboio acompanhados por seus militantes e pela polícia.
O juiz Richar Concepción determinou a prisão preventiva do ex-presidente e sua esposa por um período de 18 meses, enquanto procuradores preparam acusações formais de lavagem de dinheiro contra os dois.
Richard Concepción, que analisa as denúncias de pagamento de propinas e contribuições irregulares no Peru pela Odebrecht, atendeu ao requerimento do promotor Germán Juárez, que argumentou que o casal deveria ser preso antes do jugamento para evitar que eles fugissem ou interferissem na investigação.
"Uma ordem internacional de captura imediata foi emitida", explicou o juiz ao anunciar sua decisão.
O ex-presidente escreveu na sua conta no Twitter que a prisão preventiva é "a confirmação do abuso do poder, que nós faremos frente, em defesa dos nossos direitos e dos direitos de todos".
Já sua esposa escreveu: "agradeço aos quem não condenam antes do tempo e que acreditam na inocência até que existam provas, que hoje não foram apresentadas". Nadine Heredia acrescentou que "apesar da arbitrariedade estamos aqui, confiamos em que esta decisão será revertida por justiça. Confiamos no nosso país".
O advogado do casal, Wilfredo Pedraza, antecipou que, apesar de negar as acusações, Humala e Nadine se apresentariam às autoridades. "Eles não estão fugindo. Nunca tiveram a intenção de fugir", garantiu.
Em fevereiro, o mesmo juiz ordenou a prisão preventiva do ex-presidente Alejandro Toledo pelos supostos subornos da Odebrecht.
O pedido do procurador Germán Juárez, que investiga o casal há mais de dois anos, é fundamentado nas declarações do empresário Marcelo Odebrecht, diretor da empreiteira Odebrecht, que afirmou que entregou US$ 3 milhões para a campanha presidencial que levou Humala ao poder em 2011. Humala governou o país até 2016.
Em abril, Odebrecht declarou em Curitiba que apoiou Humala a pedido do PT. Humala nega qualquer contribuição econômica da Odebrecht.
Um dos advogados de Humala, Julio César Espinoza, disse à emissora de rádio "RPP Noticias" que só soube do pedido do promotor "pela imprensa". "Não fomos notificados oficialmente, nem sabemos o conteúdo do requerimento. Estamos atentos para que isso ocorra para analisá-lo e discuti-lo como corresponde na audiência", afirmou.
O advogado disse que seus clientes pedem ao juiz "que atue de maneira imparcial e não influenciado por qualquer pressão" e lembrou que em novembro do ano passado também foi expedido um pedido de prisão preventiva para Heredia, mas o mesmo magistrado o rejeitou.

Propina em 12 países

Em acordo de leniência firmado com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, derivado das investigações da Lava Jato, a Odebrecht admitiu ter pago em propina US$ 788 milhões entre 2001 e 2016 e a Braskem, US$ 250 milhões entre 2006 e 2014, a funcionários do governo, representantes desses funcionários e partidos políticos do Brasil e de outros 11 países. Para o órgão dos EUA, é o "maior caso de suborno internacional na história".
A construtora brasileira pagou propina para garantir contratos em mais de 100 projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.

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