Bolsonaro escolhe seu novo partido e quer homenagear Enéas
Deputado federal vai trocar o PSC pelo PEN (Partido Ecológico Nacional) para tentar ser candidato à Presidência e planeja mudar nome da legenda para Prona
access_time 31 jul 2017, 13h24 - Publicado em 31 jul 2017, 11h59
Bolsonaro confirmou o acerto. “Dei a minha palavra, só falta a autorização do TSE”, disse a VEJA. A próxima “janela partidária” está prevista para março, mas o projeto de reforma política que tramita no Congresso poderá antecipar o prazo.
O acordo com o PEN estipulou a mudança de nome do partido para Prona, em homenagem ao médico Enéas Carneiro, deputado recordista de votos que morreu em 2007 aos 68 anos. A alteração na nomenclatura não implicará na refundação do Prona, uma vez que a sigla original de Enéas se fundiu ao PL para criar o Partido da República (PR) em 2006.
Enéas foi três vezes candidato à Presidência da República. Estreou na disputa em 1989, quando ganhou projeção por repetir o bordão “Meu Nome é Enéas” no curto tempo que tinha no horário eleitoral e ficou em 12º lugar. Na eleição seguinte, em 1994, deu um salto e ficou em terceiro, com 4,671 milhões de votos (7,38% do total), atrás de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 1998, ficou em quarto lugar, atrás dos mesmos FHC e Lula e de Ciro Gomes, hoje no PDT.
Com um discurso conservador em assuntos como pátria, família e costumes – que lembra bastante o ideário de Bolsonaro -, Enéas se elegeu deputado federal em 2002 por São Paulo com 1,57 milhão de votos, recorde que até hoje não foi batido. Ele se reelegeu em 2006.
Bolsonaro afirmou que o PEN aguarda a autorização de uma das filhas de Enéas para dar entrada no processo de mudança de nome. Assim que o TSE permitir a troca de partido, o deputado federal levará para a sigla todos os filhos que ocupam cargos políticos pelo PSC — Eduardo Bolsonaro é deputado federal por São Paulo, Flávio Bolsonaro é deputado estadual pelo Rio de Janeiro e Carlos Bolsonaro é vereador pelo Rio.
A pré-candidatura de Bolsonaro à Presidência foi lançada pelo PSC no ano passado, mas o deputado rompeu com o presidente da sigla, Pastor Everaldo, após as eleições municipais. Bolsonaro ficou irritado com a aliança que partido fez com o PT e o PCdoB para eleger prefeitos no Maranhão.
Antes de acertar com o PEN, o deputado negociou a sua filiação com o PHS, o PSDC, de José Maria Eymael, e o Muda Brasil, um projeto de partido capitaneado por Valdemar Costa Neto, condenado no Mensalão. Bolsonaro somou 16% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, de junho, e empatou tecnicamente na vice-liderança com Marina Silva (Rede), que tem 15%. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com 30%.
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