A declaração foi dada durante depoimento nesta quarta na Justiça Federal de Curitiba. Outros dois delatores foram ouvidos pelo juiz, os irmãos Milton e José Adolfo Pascowitch.
Questionado por Moro o motivo de empresas pagarem propinas, Barusco afirmou que elas o faziam "para manter o status quo". "Era uma sistemática que existia e se aprofundou, virou um modus operandi, uma coisa normal", disse Barusco.
No depoimento, o delator voltou a afirma percentuais de propina que eram destinados a ele, ao chefe, Renato Duque a ao PT, com intermédio do tesoureiro do partido João Vaccari Neto.
Segundo ele, 2% de cada contrato com as grandes empresas envolvidas no cartel era destinados para propina, sendo 1% alocados na diretoria de serviços e 1% na diretoria de abastecimento, comandada pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, que também fechou acordo de delação premiada. Dos 1%, diz Barusco, 0,5% era destinado para o PT e 0,5% ao que era chamado de casa, que era o valor repartido internamente entre Duque e Barusco.
O delator também afirmou que o ex-tesoureiro João Vaccari Neto era o responsável por gerenciar a propina pelo partido.
Em depoimento à CPI da Petrobras em março do ano passado, Barrusco afirmou que começou a receber propina
de forma "institucionalizada" a partir de 2003 ou 2004.
No depoimento, o ex-gerente da estatal
reafirmou que participou de jantares com o ex-ministro José Dirceu, um deles inclusive na casa do petista. Nos encontros eram discutidos projetos da estatal –se o assunto propina era abordado, respondeu Barusco ao juiz federal, ele não foi feito na frente de todos, mas possivelmente em outras salas, separadamente.
A defesa de Dirceu afirmou que, pelos depoimentos prestados até o momento, o que se nota é que
"muita gente usou o nome" do ex-ministro para ganhar dinheiro". Dirceu foi preso em agosto do ano passado com base na delação e nos documento apresentados pelos irmãos Pascowitch. Milton afirmou ter custeado reforma em um apartamento e uma casa de Dirceu e também ter entregue R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PT em 2010.
O criminalista Roberto Podval, que defende Dirceu, diz que os depoimentos deixaram claro que o nome do ex-ministro era usado para se obter propina, sem que ele fosse realmente receptor do recurso ilícito.
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