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Ex-presidente e ex-premiê peruanos vão depor sobre Dirceu

O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, durante audiência que ouve os presos da operação Lava Jato na CPI da Petrobras, no prédio da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (31)
O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu: preso em Curitiba.
O ex-presidente peruano Alan García e o ex-primeiro ministro Jorge Del Castillo vão depor nesta sexta-feira como testemunhas de defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, réu nas investigações da Operação Lava Jato sob acusação de ter embolsado propina de empresários que fraudavam contratos com a Petrobras. García foi arrolado como testemunha porque, segundo a defesa de Dirceu, se reuniu pelo menos duas vezes com o petista, em 23 de janeiro e 26 de novembro de 2007. Del Castillo, por sua vez, participou de reuniões com o ex-ministro em janeiro e novembro daquele mesmo ano. Para o advogado Roberto Podval, que atua na defesa do ex-chefe da Casa Civil, ambos podem "demonstrar as relações políticas de José Dirceu no exterior para a prospecção de negócios de seus clientes na JD Assessoria e Consultoria Ltda".
As suspeitas dos investigadores da Lava Jato são de que contratos de consultoria da JD eram usados para camuflar o pagamento de propina. Vídeos obtidos pelo site de VEJA em agosto de 2015 mostram a desenvoltura com que o ex-ministro José Dirceu circulava no alto escalão do governo peruano no segundo mandato do ex-presidente Lula - mesmo réu no processo do mensalão e defenestrado da Casa Civil em 2005. Em encontros com autoridades do país, o petista chega a se referir a estratégias comerciais do Planalto. As portas para Dirceu no Peru foram abertas por meio da parceria com a mulher de um ex-ministro peruano, que recebeu do petista 378.785 reais. (Laryssa Borges, de Brasília)

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