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O balanço da Lava Jato informa: a Era da Canalhice está morrendo em Curitiba


infografico-resultados - Operação Lava Jato
Quem acha que o Brasil já não tem salvação, que nem capim voltará a crescer na terra arrasada por oito anos de Lula e cinco de Dilma, que depois da passagem das duas cavalgaduras do Apocalipse está tudo para sempre dominado ─ quem acredita, enfim, que a única saída é o aeroporto deve adiar a compra da passagem e visitar o site da Lava Jato. O balanço da operação, ainda longe do fim, informa que os bandidos perderam. Valeu a pena a luta travada nos últimos 13 anos pela resistência democrática. O projeto criminoso de poder fracassou.
A Era da Canalhice está morrendo em Curitiba, atesta o quadro acima. Os números resumem o que aconteceu entre entre março de 2014, quando as investigações se concentraram no bando do Petrolão, e 18 de dezembro de 2015. “Até o momento, são 80 condenações, contabilizando 783 anos e 2 meses de pena”, avisa o tópico que encerra o cortejo de cifras superlativas. Ou decididamente assombrosas, como a que revela que “os crimes já denunciados envolvem pagamento de propina de cerca de R$ 6,4 bilhões”. A herança maldita do lulopetismo já inclui a gorjeta bilionária.
Confrontados com o maior esquema corrupto forjado desde o dia da Criação, os escândalos protagonizados pelos quadrilheiros do Mensalão e da FIFA parecem coisa de black bloc. A roubalheira consumada pelos 37 mensaleiros julgados em 2012, por exemplo, foi orçada em R$ 141 milhões pela Procuradoria Geral da República. Somadas as condenações ao regime fechado, aberto e semiaberto, as penas mal chegam a 270 anos. E o Supremo Tribunal Federal só tratou com severidade os acusados desprovidos de imunidades parlamentares.
A maioria dos ministros mostrou-se tão branda com a ala dos políticos que José Dirceu já dormia em casa quando foi devolvido à cadeia pelo que andara fazendo no Petrolão. A performance do reincidente juramentado sugere que, se não tivesse entrado na mira do juiz Sérgio Moro, da força-tarefa de procuradores e da Polícia Federal, o ex-chefe da Casa Civil de Lula poderia igualar em em poucos meses a quantia embolsada ao longo de 24 anos pelos cartolas da FIFA algemados por agentes do FBI e indiciados pela Justiça americana: 200 milhões de dólares.
Duas linhas do balanço ajudam a entender a angústia dos advogados que, por falta de álibis consistentes, fingem enxergar na Lava Jato a versão brasileira da Inquisição e trocaram tribunais por manifestos ditados pela Odebrecht: “40 acordos de colaboração premiada firmados com pessoas físicas”. Para bacharéis que agem como comparsas, especializados em canonizar culpados e difamar homens da lei, são 40 clientes a menos. Para desespero dos doutores, a redução da freguesia será provavelmente acelerada pelo levantamento da Procuradoria Geral da República divulgado no Estadão desta segunda-feira.
Entre março de 2014 e dezembro passado, defensores dos quadrilheiros apresentaram 413 recursos a instâncias superiores. Desse total, apenas 16 reclamações foram aceitas por outro tribunal, integralmente ou em parte. O STF, por exemplo, rejeitou 50 dos 54 recursos ali julgados. Tudo somado, menos de 4% das decisões do juiz Sérgio Moro foram reformadas. O levantamento pulveriza a lengalenga dos signatários do papelório que reduz os condutores da Lava Jato a carrascos dos presos políticos do Petrolão.
“Magistrados das altas cortes estão sendo atacados ou colocados sob suspeita para não decidirem favoravelmente aos acusados”, fantasia um trecho do manifesto. “Pura fumaça”, replicou uma nota da Associação dos Juízes Federais. Quem vê as coisas como as coisas são enxerga, embaçada pela fumaça, uma vigarice de quinta categoria ─ e mais uma evidência de que os vilões do faroeste à brasileira não escaparão do final infeliz. Infeliz para a bandidagem, naturalmente.

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