Pular para o conteúdo principal

Petrolão faz Brasil perder sete posições em ranking de corrupção

Entre 168 países analisados, a Dinamarca é apontada como a nação mais transparente do mundo

Movimentação na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta terça-feira (15), durante operação batizada de Catilinárias, parte das investigações da Operação Lava Jato
Polícia Federal trabalhou como nunca durante as várias fases da Operação Lava Jato, que desmontou um megaesquema de corrupção envolvendo governo federal, Petrobras e empreiteiras.
O Índice de Percepção da Corrupção 2015, publicado nesta quarta-feira pela ONG Transparência Internacional (TI), revela que o Brasil é o país que mais caiu no índice, ao perder sete posições e ficar no 76º lugar. "O escândalo da Petrobras levou a população às ruas em 2015 e o início do julgamento deste caso poderia ajudar o Brasil a reduzir a corrupção", destacou a TI.
Segundo o relatório, que é baseado na opinião de especialistas do setor privado sobre a corrupção no setor público e classifica o desempenho de 168 países, a Dinamarca é apontada como a nação mais transparente do mundo, enquanto Somália e Coreia do Norte seguem como os Estados com os setores públicos mais corruptos.
De acordo com a TI, o Brasil se encontra, ao lado de Espanha, Líbia, Austrália e Turquia, entre os países que tiveram maior queda em suas posições nos últimos quatro anos, enquanto Grécia, Senegal e o Reino Unido são os que mostraram as melhorias mais substanciais.
Apesar de a corrupção continuar sendo generalizada, a ONG afirmou que seu novo índice mostra "sinais de esperança", já que o número de países que melhoraram sua pontuação foi maior em relação aos que pioraram.
"É possível vencer a corrupção se trabalharmos juntos; para erradicar o abuso de poder, o suborno e revelar negociações secretas, os cidadãos devem dizer em uníssono a seus governos que já tiveram o bastante", afirmou em comunicado o presidente da TI, José Ugaz.
Pelo segundo ano consecutivo, a Dinamarca, com 91 pontos de um total de 100, ocupa o primeiro lugar do ranking, seguida por Finlândia, Suécia, Nova Zelândia, Holanda, Noruega, Suíça, Cingapura, Canadá e Alemanha, que compartilha a décima posição com Luxemburgo e Reino Unido.
No parte de baixo da tabela, com 8 pontos e como os países mais corruptos estão Somália e Coreia do Norte, precedidos por Afeganistão, Sudão, Sudão do Sul, Angola, Líbia, Iraque e Venezuela, que está empatada com Guiné-Bissau e Haiti na 158ª posição.
Os países nas primeiras posições, segundo a TI, apresentam características comuns, como o alto nível de liberdade de imprensa, o acesso à informação sobre orçamentos que permite que os cidadãos saibam a origem o dinheiro e como o mesmo é gasto, altos níveis de integridade entre os cargos públicos e um Poder Judiciário independente.
Por outro lado, os países nas últimas posições, além de conflitos e guerras, se destacam pela governabilidade deficiente, por instituições públicas frágeis, como a polícia e o Poder Judiciário, e pela falta de independência nos meios de comunicação.
O Índice de 2015 mostra que mais de dois terços dos países apresentam graves problemas de corrupção ao não conseguirem o mínimo de 50 pontos, situação na qual está metade do G20 e todo o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, a Índia, China e África do Sul).
Mais de 6 bilhões de pessoas, segundo a TI, vivem em países com alto índice de corrupção.
As regiões pior qualificadas são a África Subsaariana, a Europa Oriental e a Ásia Central, seguidas pelo Oriente Médio e o Norte da África e a América.
Neste último continente, a disparidade é enorme, já que o Canadá, com 83 pontos, ocupa a nona posição da classificação, enquanto Venezuela e Haiti têm apenas 17 pontos.
Na Europa e na Ásia Central, o panorama é de "estagnação", segundo a ONG, que revelou estar "muito preocupada" com a evolução de países como Hungria, Macedônia, Espanha e Turquia, "onde se vê que a corrupção cresce enquanto diminui a democracia e o espaço da sociedade civil".
Como exemplos positivos, a ONG destacou o trabalho de grupos e indivíduos em lugares tão diversos como Guatemala, Sri Lanka e Gana, que "trabalharam de forma intensa para expulsar os corruptos e, com isso, enviaram uma mensagem contundente, que deveria inspirar outros a agirem com determinação em 2016".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...