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Cunha acusa Janot de parcialidade e fala em 'covardia' contra família

Presidente da Câmara silencia sobre documentos pessoais usados em abertura de contas secretas e diz ser 'estranho' investigação avançar às vésperas de decisão sobre processo de impeachment

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha fala com a imprensa sobre as análises do Impeachment da presidente Dilma - 13/10/2015
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Apontando para uma omissão "proposital" sobre os demais nomes envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), questionou nesta sexta-feira a demora na apresentação das demais denúncias contra as dezenas de políticos citados na investigação. Em nota divulgada para rebater as mais recentes acusações contra si, Cunha voltou a colocar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na mira de uma série de ataques. Ele ainda disse que os ministros petistas Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) recebem um tratamento diferenciado ao ter pedidos de inquérito mantidos sob sigilo - o que não acontece com ele.
A nova nota do presidente da Câmara foi divulgada após reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, divulgar informações do Ministério Público da Suíça que mostram documentos pessoais de Cunha, como o passaporte e o visto americano, sendo usados para a abertura de contas no exterior. De acordo com a PGR, o peemedebista era beneficiário de quatro contas que receberam valores equivalentes a 23 milhões de reais nos últimos anos.
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"O presidente volta a formular as perguntas que não querem calar: onde estão as demais denúncias? Cadê os dados dos demais investigados? Como estão os demais inquéritos? Por que o PGR tem essa obstinação pelo presidente da Câmara, agora, covardemente, extensiva a sua família?", questionou Eduardo Cunha. Ele continua: "A quem interessa essa atuação parcial do PGR? Onde está a responsabilização dos verdadeiros culpados pela corrupção da Petrobras? A sociedade brasileira gostaria de conhecer essas respostas".
Cunha evitou dar explicações sobre as possíveis contas no exterior e, em pouco mais de uma linha da nota, disse apenas que reitera o que disse, de forma espontânea, à CPI da Petrobrás. Mesmo sem ser convocado, o presidente da Câmara foi ao colegiado no dia 12 de março para falar sobre as acusações que pesavam contra ele e, aos deputados, negou ter outras contas. "Não tenho qualquer tipo de conta em qualquer lugar a não ser a conta que está declarada no meu imposto de renda", disse.
O peemedebista ainda considerou "estranha a aceleração de procedimentos" às vésperas de decidir sobre os pedidos de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, a iniciativa de Janot visa "desqualificar eventuais decisões, seja de aceitação ou de rejeição, do presidente da Câmara".
Eduardo Cunha passou a manhã desta sexta-feira em sua residência oficial, em Brasília, e seguiu ao aeroporto rumo ao Rio de Janeiro em um carro descaracterizado, medida justificada por ele como orientação de segurança. Por orientação da assessoria, ele não compareceu à Câmara dos Deputados.

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