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Câmara adia votação de projeto de repatriação de recursos

Oposição festejou derrota do governo, que queria aprovação para reforçar caixa mas recuou após mudanças no texto. Tema deve ser apreciado na próxima terça-feira

BRASÍLIA, DF, 24.03.2015 - Sessão no plenário da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), durante votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 590/06, da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que assegura ao menos uma vaga para as mulheres nas Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Sessão no plenário da Câmara dos Deputados(Folhapress)
Por 193 votos a 175, a oposição conseguiu adiar nesta quarta-feira a votação do projeto que anistiaria o cidadão que fez remessas ilegais de dinheiro ao exterior, mesmo que resultante de caixa dois e de crimes como lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ao bancar a proposta de repatriação de valores não declarados, o governo havia recorrido a uma tentativa desesperada de engordar o caixa em meio à crise econômica, mas mudanças no texto promovidas pela Câmara incluíram entre os anistiáveis, por exemplo, aqueles que cometeram crimes de associação criminosa, descaminho e caixa dois.
Deputados da oposição comemoraram o adiamento como uma derrota do governo. Mas, segundo o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), houve um acordo com o relator do projeto, Manoel Junior (PMDN-PB), para que no texto fosse revista a relação de crimes pelos quais os contribuintes não poderiam ser penalizados quando regularizassem dinheiro remetido ao exterior. Agora, o tema deverá ser apreciado em Plenário na terça-feira.
A sessão foi marcada por um protesto da deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ). filha do ex-governador Anthony Garotinho, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), investigado por possuir contas secretas na Suíça. "Cunha quer trazer o dinheiro sujo da Suíça. Diga não", dizia um cartaz empunhado por ela.

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