Lava Jato: empresário fecha acordo de delação e é solto
João Antonio Bernardi aceitou devolver US$ 10 milões em obras de arte e pagar multa no valor de 1 milhão de reais
Bernardi é considerado peça-chave nas investigações porque pode implicar ainda mais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Segundo o Ministério Público, Bernardi pagou propina a Duque para favorecer a empresa que trabalhava, a multinacional italiana Saipem, interessada em contratos com a estatal.
Duque e Bernardi negociaram a contratação da Saipem para a obra de instalação de um gasoduto submarino da Petrobras para interligar os campos de Lula e Cernambi. No esquema que beneficiou a empresa, a Saipem apresentou, em agosto daquele ano, propostas inviáveis para a obra, mas ainda assim saiu vencedora do certame depois de influência direta de Renato Duque. Mensagens de e-mail em poder dos investigadores da Lava Jato apontam para a relação próxima entre João Bernardi e Renato Duque. Além de o executivo ter visitado o então dirigente da Petrobras "dezenas de vezes" ao longo de 2011, uma conversa telefônica entre os dois mostra que Duque era tratado como "mestre" pelo executivo.
Na trilha da Operação Lava Jato
Renato Duque já foi condenado a 20 anos e oito meses por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no processo que investigou desvios de recursos e pagamento de propina envolvendo quatro projetos da Petrobras - os gasodutos Urucu-Coari e Pilar-Ipojuca e as refinarias de Araucária (PR) e Paulínia (SP). Duque é réu em outro processo, o que apura o pagamento de propina para beneficiar a empresa Saipem, e já tentou fechar com o MP um acordo de delação premiada.
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