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Lava Jato: empresário fecha acordo de delação e é solto

João Antonio Bernardi aceitou devolver US$ 10 milões em obras de arte e pagar multa no valor de 1 milhão de reais

João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht, preso na operação Lava-Jato da Polícia Federal
João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht, preso na operação Lava-Jato da Polícia Federal.
O empresário João Antonio Bernardi fechou acordo de delação premiada e foi colocado em liberdade nesta segunda-feira, depois de o juiz Sergio Moro ter homologado a colaboração dele com a Justiça. Ele concordou em devolver 10 milhões de dólares em obras de arte e em imóveis, além de pagar multa no valor de 1 milhão de reais.
Bernardi é considerado peça-chave nas investigações porque pode implicar ainda mais o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Segundo o Ministério Público, Bernardi pagou propina a Duque para favorecer a empresa que trabalhava, a multinacional italiana Saipem, interessada em contratos com a estatal.
Duque e Bernardi negociaram a contratação da Saipem para a obra de instalação de um gasoduto submarino da Petrobras para interligar os campos de Lula e Cernambi. No esquema que beneficiou a empresa, a Saipem apresentou, em agosto daquele ano, propostas inviáveis para a obra, mas ainda assim saiu vencedora do certame depois de influência direta de Renato Duque. Mensagens de e-mail em poder dos investigadores da Lava Jato apontam para a relação próxima entre João Bernardi e Renato Duque. Além de o executivo ter visitado o então dirigente da Petrobras "dezenas de vezes" ao longo de 2011, uma conversa telefônica entre os dois mostra que Duque era tratado como "mestre" pelo executivo.
Leia mais:
Na trilha da Operação Lava Jato
Em 2012, para ocultar fraudes antecedentes e dar ares de legalidade aos benefícios repassados a Duque, João Bernardi comprou em nome próprio ou em nome da empresa Hayley do Brasil, também envolvida na trama, obras de arte em favor do ex-diretor da Petrobras.
Renato Duque já foi condenado a 20 anos e oito meses por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no processo que investigou desvios de recursos e pagamento de propina envolvendo quatro projetos da Petrobras - os gasodutos Urucu-Coari e Pilar-Ipojuca e as refinarias de Araucária (PR) e Paulínia (SP). Duque é réu em outro processo, o que apura o pagamento de propina para beneficiar a empresa Saipem, e já tentou fechar com o MP um acordo de delação premiada.

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