Pular para o conteúdo principal
Empresário morto na Paralela recebia ameaças desde 2008 e avisou há três dias que iria morrer
Foto: Arestides Baptista / Agência A Tarde
O empresário André Cintra Silva, de 55 anos, morto nesta sexta-feira (27) no estacionamento de sua propriedade, na Avenida Paralela, em Salvador, avisou há três dias à redação de um jornal baiano que iria morrer. O Bahia Notícias apurou que, no telefonema à empresa, ele relatou que teria denúncias sobre supostas irregularidades cometidas por um órgão municipal, prometeu apresentar documentos, mas não foi ao encontro dos jornalistas. Na mesma ligação, Cintra revelou ter sido ameaçado por um segurança de uma construtora que disputaria com ele a posse de uma grande área na capital baiana, cuja obra no local já foi alvo de demolição pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom), em julho do ano passado. “Em 2008, ele já tinha dito a mim que recebia ameaças de morte”, revelou o repórter Flávio Costa, da revista Isto É, premiado pela série de matérias sobre as denúncias de corrupção do Judiciário baiano, quando atuava no Correio. A assessoria da Polícia Civil, contatada pelo BN, disse que será aguardada a “evolução das investigações” antes de divulgar qualquer hipótese sobre a motivação do crime, porque “qualquer coisa agora pode atrapalhar”.
Conhecido como “Mister X” pela imprensa e ex-namorado de uma desembargadora, André Cintra foi o denunciante do Ministério Público Estadual (MP-BA), há quase seis anos, dos casos de corrupção no Judiciário baiano. Ele sempre andava com o filho Matheus Cintra, de 21 – morto junto com o pai –, inclusive em visitas que fez à sede do MP, em Nazaré. As investigações da promotoria, entre 2006 e 2007, culminaram na prisão de servidores e advogados do Tribunal de Justiça (TJ-BA) e abertura de processo disciplinar contra duas juízas por suspeita de envolvimento com o esquema de venda de sentenças. À época, cinco desembargadores tiveram os nomes citados nos trabalhos de apuração (ver nota). Ele fazia parte de um grupo que se beneficiava de decisões liminares para promover grilagens de terra, mas, ao se desentender com os integrantes, resolveu denunciar as irregularidades. Em fevereiro de 2010, a magistrada Nadja de Carvalho Esteves, então titular da 81ª Vara de Substituições de Salvador, que estaria no centro das denúncias, chegou a ser rebaixada com remoção compulsória e deixou de concorrer à vaga de desembargadora por supostamente atender aos interesses do seu marido, o juiz aposentado Flávio de Castro Esteves. Em um dos depoimentos à imprensa, Mister X apontou Esteves como responsável por espancá-lo em seu escritório no centro da cidade. Este não é o primeiro caso de atentados contra denunciantes do esquema de venda de sentenças no TJ-BA. Em maio do ano passado, o promotor Paulo Gomes Junior, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco), do MP-BA, teve o carro alvejado por três tiros, quando deixava o Salvador Shopping com sua mulher e o filho de três anos. Ninguém ficou ferido.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p